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Produção sobe, mas emprego industrial encolhe no semestre
Recuperação tem que ser mais forte para abrir vagas, diz economista
Apesar de a produção da indústria ter aumentado no semestre, o emprego no setor não reagiu e ficou no campo negativo. Para especialistas, o desempenho da atividade precisa ser mais expressivo para que haja reflexo no mercado de trabalho.
O IBGE divulgou ontem queda de 0,7% no contingente de trabalhadores da indústria entre janeiro e junho deste ano ante o mesmo período de 2012. Na comparação com maio, houve estabilidade.
"O crescimento da produção da indústria ainda não está consolidado e não é suficiente para fazer o emprego responder. É preciso um aumento mais consistente", afirma Fernando Abritta, economista da IBGE.
A alta da produção foi de 1,9% nos primeiros seis meses do ano ante o mesmo período de 2012.
Considerando a comparação com o mês anterior, 4 dos 6 resultados do emprego industrial neste ano foram estáveis. As maiores influências negativas no semestre vêm da região Nordeste como um todo, que retraiu 4,3%, e São Paulo, maior parque fabril do país, com queda de 0,3%.
Em São Paulo, que tem peso de 40% no emprego e teve a quinta maior influência, a retração ocorre puxada por setores que sofrem com a concorrência dos importados, afirma o economista do IBGE.
São os segmentos: têxtil (-6,7%), calçados e couro (-7,0%) e outros produtos da indústria de transformação (-9%), como brinquedos e bicicletas ergométricas.
O número de horas pagas (que sinaliza as horas extras contratadas pelas empresas) também caiu, 0,9%, no semestre na comparação com janeiro a junho de 2012.