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Entrevista - Ivan Fonseca

Produzir automóveis no Brasil é um passo natural

Para presidente da chinesa Geely no país, operação no Uruguai antecipa planos de fábrica nacional em parceria com a Volvo

EDUARDO SODRÉ EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

Presidente da marca chinesa Geely no Brasil, Ivan Fonseca tem em seu currículo experiências em grandes montadoras --esteve à frente da Ford nos anos 1990-- e em operações de menor porte, caso da Aston Martin e da Jaguar, na década passada.

Agora, sua missão é tornar a montadora asiática conhecida no país e abrir caminho para a produção nacional, em parceria com a Volvo Cars, fabricante sueca que pertencia à Ford e foi comprada pelos chineses em 2010. Em entrevista à Folha, ele fala dos primeiros passos desse projeto.

Folha - A Geely chega ao Brasil trazida pelo Grupo Gandini [que também é importadora oficial da Kia] em um momento de queda nas vendas em comparação com 2012. É a hora certa para investir?
Ivan Fonseca - O Grupo Gandini tem uma longa experiência no nicho de importados. Começaremos com uma operação pequena, com rede de concessionárias limitada.

A marca terá rede própria?
Não, estamos nomeando concessionários que tenham experiência no setor. Toda a rede será independente.

Qual é o diferencial dos produtos Geely em comparação a outros veículos chineses?
Eu não gostaria de fazer essa comparação. O Grupo Gandini resolveu associar-se à Geely por essa ser a dona da Volvo Cars e da DSI, segunda maior fabricante de transmissões automáticas do mundo.

Por que a Geely, bem como outras montadoras chinesas, têm optado pelo Uruguai?
O Uruguai oferece as mesmas condições dos demais países do Mercosul. Os produtos fabricados lá entram no Brasil isentos de Imposto de Importação e sem sobretaxa de IPI, desde que sigam exigências como o conteúdo mínimo de componentes regionais.

Quando a produção teve início? Os primeiros modelos já serão uruguaios?
A fabricação está começando agora, em agosto. Toda a nossa gama virá de lá, os carros chegam em novembro.

E qual é o índice de regionalização atual?
Pouco menos de 50%. Irá a 65% em um período curto.

A presença da Geely pode abrir o caminho para a Volvo montar seus carros no Uruguai ou no Brasil?
Acredito que não no Uruguai. A Geely decidiu produzir apenas seus carros naquele país.
A Volvo foi adquirida pelos chineses em 2010, e o que sabemos é que os lançamentos futuros irão compartilhar plataformas e tenderão a ser modelos diferenciados apenas no estilo e na forma de apresentação ao público.

E serão diferentes em preço.
Depende do nível de sofisticação. Na China, a Geely tem modelos bastante refinados, que encostam nos preços de entrada dos da linha Volvo.

Podemos dizer que seria um modelo de negócio semelhante ao adotado pelo grupo Kia-Hyundai na Coreia do Sul?
Parece ser exatamente essa a estratégia que a Geely quer seguir, utilizando todos os conhecimentos técnicos da Volvo. No futuro, motores e câmbios dos carros suecos serão Geely, pois os usados hoje são do tempo da Ford.

Como está o desenvolvimento de motores flex?
O sedã EC7 com motor flex está em fase de homologação e outros estão em desenvolvimento em parceria com a Delphi e a Bosch.

Qual é a capacidade da linha de montagem uruguaia?
A capacidade máxima é de 20 mil unidades, o que nos permitirá uma participação limitada no mercado. Quando começamos a operação com o Geely, vimos o Uruguai como uma experiência inicial para trazer a marca ao Brasil.

Haverá produção nacional?
É um passo natural, dentro das regras do Inovar-Auto. A ideia é que tenhamos mais investimentos no Brasil por meio da parceria com a Volvo, com um volume de produção bem mais significativo.

Já há uma data para inauguração da fábrica brasileira?
Estamos conversando. Será vital vermos como a Geely será recebida para calibrarmos nossa "futurologia".

Vejo que há um certo otimismo com o Inovar-Auto.
Para uma marca estrangeira de produtos de massa, a única forma de ter uma presença maior no país é fabricando localmente. Hoje, a barreira imposta pelo governo torna inviável a venda volumosa de importados.

Produzindo Volvo e Geely em uma mesma unidade, a empresa acredita que conseguirá ter uma participação significativa no mercado?
Essa é a nossa expectativa, acho que vamos chegar lá rapidamente.


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