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Protestos põem ônibus em ponto morto

Queda nas tarifas reduz receitas, e falta de definição sobre reajuste faz empresas congelarem renovação de frota

Associação de fabricantes espera que pedidos por melhor qualidade volte a impulsionar as vendas

DIMMI AMORA DE BRASÍLIA

As encomendas das empresas de transporte urbano de ônibus para os fabricantes desses veículos no país estão congeladas desde junho, após a onda de protestos contra o transporte público.

As reduções dadas por governos no preço das tarifas e a falta de uma definição sobre como serão os reajustes daqui para a frente acabaram gerando uma onda de revisão de planos de investimento, o que travou novos pedidos.

Por ano, são produzidos cerca de 30 mil ônibus no Brasil, sendo que 45% para o mercado de transporte urbano. O faturamento anual estimado dessa indústria é de cerca de R$ 7 bilhões.

Aproximadamente 2.000 cidades no país têm transporte coletivo de ônibus. Em praticamente todas elas, empresas privadas recebem concessões do governo para operar as linhas.

Na concessão, o governo determina uma tarifa que tem que cobrir custos operacionais, lucro das empresas e recursos para reinvestir no setor, basicamente, por meio da compra de novos ônibus.

A idade média da frota brasileira nas dez maiores capitais estava em quatro anos e três meses no ano passado. Esse número vinha caindo desde 2002 (quando chegou a quase seis anos) na medida que um outro número subia: o valor da tarifa. Quando as tarifas param de subir, o primeiro reflexo é o envelhecimento da frota.

Isso ocorre porque a maior parte dos contratos permite ônibus com até sete anos.

Quando têm segurança de que as tarifas cobrirão custos, empresários trocam a frota antes do tempo, para obter algum ganho com a venda do veículo usado, para cidades menores ou transportadores autônomos.

Sem segurança para o investimento, tiram o máximo proveito dos ônibus em uso.

José Martins, presidente da Fabus (associação dos fabricantes de ônibus), diz que o mercado vinha se recuperando no início do ano.

As vendas haviam chegado ao maior patamar da história no primeiro semestre de 2012 --influenciado por uma antecipação de compras devido a mudanças no tipo de diesel no país--, mas despencaram no segundo semestre.

"Imaginávamos voltar ao nível do ano de 2011, quando alcançamos o recorde anual de vendas. Mas aí vieram as manifestações", afirmou Martins, que preside a Marco Polo, a líder do setor.

Segundo ele, não houve cancelamento de pedidos, mas não estão entrando novas encomendas.

OTIMISMO

Ainda assim, as perspectivas do setor após as manifestações são boas, na visão de Martins. "As pessoas foram pedir transporte público de qualidade e, para isso, é necessário investimento no setor", afirmou Martins.

O investimento em melhores ônibus é um dos fatores que estão garantindo a manutenção das encomendas já feitas, que serão produzidos no segundo semestre. Segundo a Anfavea (associação de fabricantes de veículos), a expectativa é que a produção de chassis de ônibus cresça nesta segunda metade do ano.


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