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É possível lucrar na Bolsa, diz economista

Coautor de livro recém-lançado sobre mercado de ações, Moises Spritzer defende a renda variável no longo prazo

Educação financeira é essencial para abolir 'manias' do brasileiro, como a poupança, defende o especialista

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Na contramão de muitos especialistas que enxergam um cenário mais favorável à renda fixa com a recente alta no juro básico (Selic), Moises Spritzer enfatiza que ainda é possível ter lucro na Bolsa, apesar da queda de 18,2% do Ibovespa neste ano.

Basta escolher bem as empresas, decidir o momento certo de comprar as ações e ter um horizonte de longo prazo para deixar o investimento maturar.

O economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) acaba de lançar o livro "A Bolsa no bolso", pela FGV Editora, escrito em parceria com sua mulher, Ilda Spritzer, professora de finanças também da FGV.

Em entrevista, Moises fala sobre a educação financeira no Brasil e as perspectivas para o mercado de ações. A seguir, os principais trechos.

Recomendações

A pessoa que quer ter uma visão de investimento de longo prazo tem que aprender lições que parecem básicas, mas que fazem uma grande diferença.

Por exemplo, ela tem que saber que não se pode colocar todos os ovos em uma cesta só. É preciso diversificar.

Além disso, ela tem que conhecer onde está colocando seu dinheiro, mesmo que recorra a ajuda profissional para fazer suas aplicações --o que não é errado, desde que seja alguém qualificado.

É preciso entender o que é a Bolsa e ter uma pequena noção de como ela funciona. Tem que saber que, ao comprar uma ação, está adquirindo parte de uma empresa.

Precaução

O conhecimento prévio da Bolsa é importantíssimo. Muita gente investe, tem um prejuízo grande e só então procura entender como funciona o mercado.

É preciso ter precaução. O mercado de ações envolve riscos. Você pode ganhar e você pode perder.

Por isso, investir no longo prazo é mais recomendável.

Mesmo que a pessoa tenha perda, com uma estratégia de longo prazo é possível reverter o prejuízo.

O investidor tem que saber, no entanto, que não pode contar com aquele dinheiro. Tem que ser capaz de se sustentar diante de uma perda.

Perspectivas

Já houve uma mudança significativa no mercado brasileiro. Estamos negociando em torno de R$ 6 bilhões por dia, às vezes mais que isso. Esse valor é bem maior do que víamos poucos anos atrás.

Isso indica que já tem mais gente na Bolsa, mas muitos ainda deverão vir.

Estamos vivendo um ano de mudança econômica, mudança tecnológica, mudança regulatória. Isso elevou a complexidade dos serviços financeiros, exigindo que os investidores estejam mais preparados.

Sou otimista. Tenho certeza de que estamos no caminho para atingir a disciplina financeira e, aos poucos, os brasileiros vão entender que Bolsa não é sorte, não é jogo, é aplicação.

Educação

No nosso país, grande parte da população, infelizmente, não tem a menor noção sobre investimentos. Eu vejo a educação financeira como um direito da população. Fui instrutor da Caixa durante muitos anos e acabei estudando alguma coisa de pedagogia.

Existe uma mulher que se chama Maria Montessori, que dizia: a educação é um direito da criança'. A criança já nasce com a capacidade de ensinar a si mesma. O brasileiro precisa aprender a aplicar seus recursos para garantir uma velhice confortável. Pensar no futuro é extremamente importante, mas infelizmente pouco frequente.

Em outros países, as pessoas compram ações, correm riscos, mas sabem diferentes estratégias na Bolsa para atingir lucros. Essa cultura a gente ainda precisa desenvolver aqui. Temos que desfazer os mitos sobre a Bolsa. É possível ganhar dinheiro no mercado de ações, especialmente no longo prazo.


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