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Mercado MPME

Fabricante de insumo médico cresce com acesso maior à saúde

Pequenas e médias empresas representam mais de 60% do faturamento do setor, que deve subir 6% neste ano

Empresários dizem que a desaceleração econômica não afeta esse mercado, mas reclamam da tributação

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Um nicho da indústria nacional, dominado por pequenas e médias empresas, que movimenta quase R$ 5 bilhões por ano, cresce na contramão da desindustrialização brasileira.

São os fabricantes de equipamentos e de insumos médicos como ultrassons, medidores de sinais vitais, sondas e bombas cirúrgicas.

Eles se expandem imunes à desaceleração econômica, com o aumento da expectativa de vida do brasileiro e com o acesso maior aos serviços de saúde.

Enquanto a indústria nacional crescerá, na melhor das hipóteses, 2% neste ano, empatando com a expansão do PIB (Produto Interno Bruto), o setor deverá faturar 6% mais em 2013, segundo a Abimo (Associação da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos).

O segmento tem cerca de 500 empresas, que juntas faturaram R$ 4,8 bilhões no ano passado. Desse total, 62% vieram de negócios de pequenas e médias empresas.

"Esse número só não é maior porque existe menos imposto para produtores estrangeiros do que para a indústria nacional", afirma Paulo Fraccaro, presidente da associação.

"Quem importa tem isenção completa de Imposto de Importação, mas quem compra do fabricante nacional arca com IPI [Imposto de Produto Industrializado], PIS/Cofins e ICMS", diz.

SEM CICATRIZ

Mesmo com essa desvantagem, a Confiance Medical, que começou a operar há 11 anos como distribuidora de equipamentos de endoscopia, decidiu há cinco anos fabricar aparelho de videolaparoscopia no Rio de Janeiro --o material é usado em cirurgias urológicas, gástricas e ginecológicas, por exemplo.

A empresa emprega 41 pessoas e vem ganhando mercado com a popularização da cirurgia por vídeo, que passou a ser utilizada em intervenções mais complexas, como redução do estômago, cirurgia de próstata, troca de válvula cardíaca etc. Os clientes são hospitais privados, Santas Casas e o SUS (Sistema Único de Saúde).

"Vendemos muito para hospitais que têm residência médica. Os médicos residentes querem aprender a trabalhar bem com o vídeo, que é um sistema limpo, econômico, seguro e com menos risco de infecção. O paciente vai mais rápido para casa e libera o leito", diz Cristiano Brega, diretor da Confiance.

A paulista Alacer fabrica sondas e catéteres para diagnóstico gastroenterológico e urológico. Os clientes são basicamente os laboratórios de análises clínicas.

A empresa emprega 50 pessoas, sendo 30 na linha de montagem em uma fábrica no Jabaquara (zona sul de São Paulo). "Todo o setor de saúde está crescendo. São em momentos de crise econômica que as pessoas mais cuidam da saúde. Ninguém deixa de ir ao médico porque os negócios estão devagar", afirma Fernando Carvalho, diretor da empresa. A Alacer agora está entrando no mercado de endoscopia, que é ainda maior do que o de sondas.

O crescimento do setor atraiu a atenção da UBM, segunda maior organizadora de eventos do mundo, que decidiu criar uma feira dedicada à tecnologia da indústria médica, que acontecerá nos dias 27 e 28, no Transamérica Expo Center, na capital paulista. De acordo com Marlon Luft, gerente do evento, serão 80 expositores, sendo 30 pequenas e médias empresas.


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