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Obama escolherá o novo presidente do Fed até setembro

Ex-conselheiro do governo, Larry Summers disputa com Janet Yellen controle do BC mais poderoso do mundo

Troca de comando no banco central dos EUA ocorre no momento em que se discute retirada de estímulos à economia

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O presidente americano Barack Obama deve anunciar até o fim do mês que vem quem vai ocupar o cargo mais importante do sistema monetário internacional, a presidência do Fed (Federal Reserve, banco central americano).

Dois candidatos são favoritos: seu ex-conselheiro econômico Larry Summers, 58, e a atual vice-presidente do banco, Janet Yellen, 66.

O escolhido assumirá em 31 de janeiro. Summers é o favorito da equipe econômica de Obama, mas é criticado pela esquerda do Partido Democrata por ser muito próximo de grandes bancos.

Na sexta-feira, em entrevista coletiva na Casa Branca, Obama defendeu Summers: "Sinto a obrigação de defender quem prestou serviços à minha equipe e ao país".

Se Janet Yellen for a escolhida, será a primeira mulher a presidir o banco central de qualquer uma das maiores economias do mundo.

Em uma disputa onde as visões econômicas competem com questões de gênero, seu concorrente Larry Summers tem um histórico polêmico. Em 2005, ele teve de renunciar à presidência da Universidade Harvard ao dizer que a baixa porcentagem de mulheres nas carreiras científicas se devia a "diferenças inatas" na aptidão para ciências e matemática entre homens e mulheres.

Questões de possível independência no cargo também têm sido levantadas. A senadora democrata Elizabeth Warren, também professora em Harvard, disse que Summers "obedece a interesses de Wall Street".

Summers é consultor do Citigroup desde 2012 e foi um dos responsáveis pela desregulamentação financeira nos anos Clinton que acabou com muitas barreiras entre bancos comerciais e de investimentos --um dos pivôs da crise de 2008.

"Ao contrário do Larry Summers ou do Tim Geithner, Janet Yellen não fez parte da turma cuja desregulamentação do sistema financeiro nos levou à crise de 2008", disse à CNN Sheila Bair, ex-presidente da Corporação Federal de Seguro de Depósitos.

Para muitos, Summers é o candidato favorito de Obama, mas o presidente estaria testando a reação pública dos dois mais cotados.

No mês passado, em entrevista ao "The New York Times", Obama disse que queria um presidente do Fed que pensasse no crescimento da economia e na geração de empregos, e "não apenas no trabalho abstrato de metas de inflação e mercados estáveis".

IMPRESSÃO DE DÓLARES

A importância do cargo é proporcional ao impacto global de suas decisões. O atual presidente, Ben Bernanke, no cargo desde 2006, é o responsável pela emissão de bilhões de dólares no mercado para estimular a economia americana nos últimos anos.

A medida contribuiu para desvalorizar o dólar e estimular a economia americana, aumentando sua competitividade, mas gerou valorização de diversas moedas, como o real.

Ao sinalizar recentemente que deve suspender o estímulo monetário (o que tende a elevar a taxa de juros americana), Bernanke levou diversos investidores a tirar seus dólares de mercados emergentes e os retornar aos EUA.

Isso tem provocado movimento inverso ao visto em anos recentes, contribuindo para a desvalorização de outras moedas pelo mundo.

Para muitos, Bernanke, indicado ao cargo em 2005 pelo presidente George W. Bush, tornou-se um keynesiano nos últimos anos, defendendo o expansionismo monetário e o aumento do gasto para estimular a economia --o oposto da austeridade e dos cortes pregados na Europa em recessão.


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