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BC e Tesouro atuam juntos para conter dólar
Em nota, Tombini diz que fará o necessário para dar proteção cambial aos agentes econômicos e evitar escassez da moeda
Em ação discutida com Dilma, Tesouro atua para minimizar perdas de investidores com a alta dos juros futuros
Em dia de elevada tensão no mercado de câmbio, o governo Dilma lançou uma ação coordenada do Banco Central e do Tesouro Nacional para tentar segurar a alta do dólar, que mesmo assim terminou ontem valendo R$ 2,407 (à vista), a maior cotação desde 3 de março de 2009.
A ação do governo foi discutida durante o fim de semana pela presidente Dilma Rousseff com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Dilma está preocupada com a valorização "excessiva" do dólar.
À noite, em evento em São Paulo, Mantega disse que o mercado de câmbio está vivendo um momento de estresse, mas que a situação está sob controle.
De acordo com o ministro, ainda não houve repasse da alta do dólar para os preços e o governo tem instrumentos para mitigar o impacto. "Não sabemos onde o câmbio vai parar. Alguma influência deve ter [na inflação], mas ainda não teve."
Antes, em nota divulgada às 18h20, Tombini assegurou que o BC adotará as medidas necessárias para oferecer proteção cambial aos agentes econômicos e recursos ao mercado caso haja escassez de moeda estrangeira.
Ele também mandou um recado aos investidores que possam estar aproveitando o momento para especular: "A concentração de posições em uma única direção poderá trazer perdas aos que apostam em movimentos unidirecionais da moeda".
A divulgação da nota, inusual para o BC, foi classificada dentro do próprio governo como algo necessário para sinalizar ao mercado que o governo não irá ficar parado diante da alta do dólar.
O BC fez três operações de swap cambial, que equivalem à venda de dólar no mercado futuro. Já o Tesouro fez leilões de recompra de títulos públicos para minimizar perdas de investidores com a alta dos juros futuros.
Ao final do dia, o BC anunciou ainda que fará hoje um leilão de linha de crédito em dólar, no valor de US$ 4 bilhões, com recompra para evitar perdas das reservas internacionais, e mais um leilão de swap cambial no valor de US$ 1 bilhão.