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BC leiloará US$ 54,5 bi até o fim do ano para tentar frear alta do dólar

Objetivo é deixar claro para o mercado financeiro que não haverá falta da moeda americana

Operação semanal terá dinheiro das reservas, mas recursos serão devolvidos; cotação vai cair, dizem analistas

VALDO CRUZ MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA

Diante do cenário de total incerteza no mercado cambial, o BC anunciou ontem à noite um programa diário de leilões até o fim do ano de, no mínimo, US$ 54,5 bilhões.

Somados aos US$ 45 bilhões de leilões já efetuados desde maio, quando o dólar passou a ganhar mais força, o governo terá ofertado cerca de US$ 100 bilhões em 2013.

O objetivo é dar previsibilidade aos agentes econômicos, garantindo ao mercado que não faltará moeda, para tentar conter a disparada da moeda norte-americana.

Ontem, o dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu 0,77%, a R$ 2,432, um dia depois de ter fechado no maior valor desde 9 de dezembro de 2008, a R$ 2,451.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com leve alta de 0,08%, aos R$ 2,429, maior valor desde março de 2009.

VALOR PODE CRESCER

O montante de US$ 100 bilhões é considerado pelo BC como adequado para buscar tranquilizar o mercado, mas pode ser elevado caso o governo considere necessário. O programa se estenderá, pelo menos, até 31 de dezembro.

A medida foi decidida após reunião do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro Guido Mantega (Fazenda) com Dilma Rousseff e começa a valer hoje.

Segundo o BC, de segunda a quinta-feira serão ofertados diariamente US$ 500 milhões em contratos de swap cambial, operação que serve para dar proteção contra possíveis altas do dólar no futuro.

Além disso, será ofertado US$ 1 bilhão toda sexta-feira por meio de leilões de linha --empréstimos de dólar das reservas cambiais que depois são recomprados com juros no vencimento da operação.

Do total leiloado neste ano, a maior parte foi por swaps. Cerca de US$ 3,8 bilhões foram por leilões de linha.

O BC fez questão de destacar que as operações não trazem prejuízos às reservas, hoje acima de US$ 370 bilhões.

O governo considera que ainda não é necessário vender dólar à vista ao mercado.

O motivo é que não estaria faltando divisas no mercado. As pressões de alta viriam de agentes econômicos em busca de proteção cambial.

Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o anúncio do BC deve dar mais tranquilidade ao mercado.

"O programa reforça a percepção de que o dólar não vai chegar a R$ 2,70, como já vinha sendo projetado."

Já para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, a medida tem tudo para fazer o dólar cair nos próximos dias.


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