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Após plano de ação do BC, dólar tem a maior queda desde 2011

Divisa foi a R$ 2,353, baixa de 3,24%; FMI defende proteção para países em desenvolvimento

Entre 24 moedas de países emergentes, real foi a que mais se valorizou ontem; outras 20 se recuperaram

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Um dia após o Banco Central anunciar seu plano de injetar mais US$ 54,5 bilhões no mercado de câmbio até o final do ano, o dólar teve ontem sua maior queda em quase dois anos.

O dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou em R$ 2,353, baixa de 3,24% em relação ao real --a maior queda diária desde 23 de setembro de 2011.

Já a moeda à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, baixou para R$ 2,369, desvalorização de 2,53%, a maior desde 29 de junho de 2012.

O plano do BC, que procura dar mais previsibilidade sobre a disponibilidade de dólares --principalmente para empresas ou agentes que precisam da moeda--, foi avaliado como positivo por especialistas. Eles mantêm, no entanto, a expectativa de alta.

O principal motivo é que a recuperação econômica dos EUA deve levar investimentos para lá, seja atraídos por uma taxa de juros maior, seja para novos projetos.

Isso significa que os investidores vão tirar dinheiro de países considerados de maior risco, como os emergentes.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que é preciso criar "linhas de defesa" contra uma possível crise nos mercados emergentes. Segundo ela, o Fundo está preparado para dar apoio financeiro se necessário.

"Mesmo com o melhor dos esforços, a represa pode vazar água", afirmou.

Ontem, a Indonésia também anunciou medidas e a Turquia fez leilões de dólares. As moedas dos países emergentes, que vinham caindo ante o dólar, subiram: entre as 24 principais, 21 subiram. O real teve a maior alta.

PRESSÃO NO BRASIL

O plano do BC --que começou a valer ontem-- prevê a realização de leilões de swap cambial tradicionais, que equivalem à compra de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia, até dezembro.

Às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra --mecanismo que pode conter as cotações sem comprometer as reservas do país.

"O BC poderá ajustar os valores dos leilões mais à frente, conforme o andamento da moeda, para garantir que ela não volte a subir expressivamente", diz o superintendente de câmbio da corretora Advanced Reginaldo Siaca.

Mas o elevado deficit em conta-corrente e a insatisfação com a política econômica podem fazer o dólar subir, diz Felipe Miranda, analista da Empiricus Research.


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