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Análise câmbio

Ação do BC deve atenuar oscilações, mas não o curso do real

MONICA BAUMGARTEN DE BOLLE ESPECIAL PARA A FOLHA

Depois de mais uma semana em que as autoridades brasileiras continuaram a declamar que dispunham de muitos coelhos e muitas cartolas para atenuar os movimentos do câmbio, o Banco Central anunciou algo de concreto.

Já era tempo. Afinal, a cacofonia dos últimos dias, que contou com nada menos do que três pronunciamentos incompatíveis de integrantes do mais alto escalão do governo --Guido Mantega, Fernando Pimentel e Gilberto Carvalho--, atiçou a volatilidade já exacerbada dos mercados.

O Banco Central decidiu retomar uma medida utilizada em 2008 quando da crise financeira internacional e fará operações diárias nos mercados de câmbio futuro.

O estoque total de dólares que oferecerá aos mercados por meio de swaps cambiais --operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro-- e de leilões de linhas --em que há um compromisso de recompra de dólares por parte do BC à frente-- é de US$ 100 bilhões, cifra que inclui as transações de US$ 40 bilhões já conduzidas desde que a turbulência cambial teve início, há pouco mais de um mês.

O intuito é dar liquidez para um mercado em que os dólares estão escassos, tanto por causa do reposicionamento das carteiras dos investidores diante da perspectiva de uma reversão monetária nos Estados Unidos quanto devido às incertezas que se assomaram no quadro econômico interno.

Portanto, o compromisso de suprir dólares em um montante suficiente assumido pelo BC, acompanhado de um calendário preestabelecido para isso, deve atenuar as oscilações cambiais.

A medida não implica, necessariamente, a perda de dólares das reservas do país. Os leilões de linha pressupõem a recompra desses dólares pelo BC numa data futura, o que em tese impede que as reservas sofram alterações.

No entanto, a medida dificilmente mudará o curso do real, influenciado por uma percepção de maior risco macroeconômico do país.

Para isso, é preciso bem mais do que coelhos, cartolas, ou medidas úteis, porém paliativas, como a mais recente iniciativa do Banco Central.


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