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Venda de fatia restante de Eike na MPX ainda é incerta
Recentes resultados da empresa deixaram os investidores mais cautelosos
E.ON, que acertou o aumento de sua fatia para 38%, já sinalizou que não pretende fazer novas ofertas
A venda da fatia que Eike Batista ainda possui na empresa de energia MPX está correndo mais devagar do que o empresário --e seus credores-- gostariam.
As negociações são complexas, mas os recentes resultados da empresa também deixaram os investidores mais cautelosos.
A empresa alemã E.ON, que já era sócia de Eike e acertou o aumento de sua participação neste ano para 38%, já sinalizou que não pretende fazer novas ofertas, segundo apurou a Folha.
A companhia considera que consolidar as dívidas da MPX --o que seria necessário caso atingisse mais de 50% de participação-- deterioraria ainda mais os números de seu balanço. Quatorze grupos manifestaram interesse pela empresa, incluindo investidores financeiros e empresas do ramo, segundo apurou a Folha com fontes próximas às negociações. Mas nenhuma proposta firme foi feita até o momento.
Eike depende da venda de suas fatias na MPX e na MMX para pagar suas dívidas nos bancos Itaú e Bradesco.
Executivos de bancos credores de Eike ouvidos pela reportagem apostam que é apenas uma questão de tempo para que a venda seja realizada, porque a empresa já fez a maior parte dos investimentos previstos e começou a gerar receita.
ATRASOS
O desempenho da companhia nos últimos meses, entretanto, vem frustrando executivos e investidores. A empresa amargou atrasos sucessivos para colocar em funcionamento as suas usinas. Hoje há três em operação e outras três em construção.
O problema é que as plantas apresentaram uma série de problemas operacionais ao longo deste ano. Em maio, duas tiveram de parar completamente para reparos.
Os percalços fizeram com que a empresa não conseguisse entregar toda a energia contratada, obrigando-a a recorrer ao mercado.
A MPX ganhou contratos com o governo em leilões, por meio dos quais se comprometeu a entregar determinada quantidade de energia.
Quando não consegue gerar o volume acertado, precisa alimentar o sistema comprando eletricidade de outras companhias.
Até junho, a empresa precisou contabilizar gastos de cerca de R$ 400 milhões para honrar contratos de fornecimento.
"Foram muitos atrasos e um início de operação frustrante. Eles têm previsibilidade de receita, mas, se começam a ter um custo muito alto, esse ganho se perde", afirma Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research.
Procurada, a EBX negou as informações.
MINÉRIO
A mineradora MMX informou ontem que assinou um acordo para a venda de ativos de minério de ferro no Chile, que garante à empresa o recebimento de royalties quando for iniciada a exploração no projeto. O valor do negócio não foi revelado.