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Análise

Primeiro ciclo de crescimento do consumo está se fechando

NELSON BARRIZZELLI ESPECIAL PARA A FOLHA

Desde a metade de 2012 o consumo vem caindo. Apesar de mostrar altos e baixos, a resultante é de queda.

Passamos por alguns anos de aumento contínuo de compras. As classes menos favorecidas tiveram acesso a produtos antes impensáveis, como carros e compras nos Estados Unidos.

Os brasileiros não estavam habituados a se endividar. Assumir dívidas contínuas sem ter de pensar no futuro era característica dos americanos. Até 2008 as famílias, nos EUA, comprometiam mais de 100% de sua renda mensal.

Aqui o crédito restrito e os juros elevados geraram uma barreira importante na tentativa de comprar sem ter dinheiro. As classes C e D usavam o "jeitinho" brasileiro. Por estarem fora do sistema financeiro, se viravam com cheque pré-datado, carnê e até com "caderneta".

Repentinamente o crédito ficou fácil. Os cartões de crédito começaram chegar a famílias que jamais tinham pensado em ter um. Bancos passaram a oferecer cheque especial por atacado.

Tudo se passou como se as compras de automóveis em 60 ou mais meses ou o crédito rotativo do cartão de crédito seriam sempre liquidados sem nenhum obstáculo. Nada de desemprego, nenhuma doença repentina. Sempre o "céu azul" nos meses futuros.

Agora o primeiro ciclo está se fechando. Para um comprometimento seguro de 30% da renda familiar, o Banco Central diz que atingimos 45%. Como consequência, as famílias mais responsáveis estão colocando o pé no freio. Nos próximos meses esse comprometimento vai cair à custa de menos compras e mais liquidação de dívidas.

Na próxima onda, o brasileiro vai comprometer não 45%, mas 60% de seus vencimentos. É assim que o mundo funciona. E gradativamente, vamos chegar ao patamar dos países desenvolvidos.

O problema é saber quando a próxima onda virá, se virá e se haverá confiança suficiente no futuro para que o consumo volte a crescer como nos anos passados.


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