Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Análise
Montadoras se fiam no IPI para reverter quadro no fim de ano
Há otimismo para 2014, quando novas fábricas nacionais começarão a entregar as primeiras unidades
A indústria automotiva espera, mais uma vez, que o efeito IPI aqueça as vendas no fim do ano. A prorrogação do imposto reduzido vigora até dezembro, e os próprios fabricantes descartam a extensão da medida.
Embora os números registrados de janeiro a agosto de 2013 sejam inferiores aos do mesmo período do ano passado, há fatores que contribuem para uma visão otimista por parte da indústria.
Um deles é a renovação dos modelos, que desperta o interesse do consumidor e movimenta as concessionárias. Com a pressão gerada pela iminência de aumento, clientes que vêm adiando a compra serão motivados a fechar negócio, crê a indústria.
Esse é um dos motivos de as marcas acelerarem a chegada de modelos 2014 às lojas e demonstrarem pouca preocupação com o aumento dos estoques.
Contudo, os resultados pretendidos dependem da manutenção do crédito nos níveis atuais. É esperado que o governo continue a fornecer financiamento por meio de bancos públicos, tanto para veículos novos como para os usados.
As associações que representam fabricantes e distribuidores de veículos continuam a apostar em elevação nas vendas em comparação ao ano passado.
Mas é esperado que, em breve, as previsões sejam revistas para algo pouco abaixo de 2%, pois 2013 tem sido um ano linear, sem variações vultosas mês a mês, diferente do que ocorreu no ano passado --entre junho e agosto de 2012, a redução do IPI levou a um crescimento repentino nas vendas.
O mesmo efeito de alta é esperado para os meses de novembro e dezembro, com prováveis recordes de emplacamentos. Mas serão os resultados obtidos em setembro e outubro que darão o melhor retrato do setor em 2013.
Há otimismo para 2014, quando novas fábricas começarão a entregar as primeiras unidades. A BMW, por exemplo, pretende apresentar seu primeiro automóvel nacional no próximo Salão de São Paulo. As chinesas JAC e Chery têm o mesmo objetivo, e Fiat, VW e GM trabalham na ampliação de fábricas nacionais.
Essas ações movimentarão a cadeia automotiva, que inclui também fornecedores de diferentes níveis, e deverão aquecer a indústria em 2014.