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Petrobras dispara com rumor de volta da conta petróleo

Mercado fala em intervenção da estatal para baixar a cotação do dólar, que caiu 0,83% ontem; empresa nega

ANDERSON FIGO TONI SCIARRETTA MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

As ações da Petrobras dispararam ontem com os rumores de que o governo estuda ressuscitar a extinta conta petróleo, mecanismo que vigorou até 2001 com o objetivo de bancar o Pró-Álcool e de suavizar o impacto da alta da gasolina ao consumidor.

Também foram renovados os boatos de que o governo teria decidido elevar o preço da gasolina, como ocorrera (e fora desmentido) na semana passada. A equipe econômica negou que a volta da conta petróleo esteja em pauta, mas desta vez não comentou sobre um eventual aumento dos combustíveis.

O resultado dos vários rumores foi uma alta de 4,09% das ações PN (preferenciais, sem voto) da estatal, que, durante o dia, subiram 5%.

Pela conta petróleo, o Tesouro assume a defasagem do preço dos combustíveis.

A alta das ações da Petrobras levou o Ibovespa a subir 1,23%, terminando o dia marcando 52.351 pontos.

Para Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), não há clima para a volta da conta petróleo devido à fragilidade das contas públicas. O governo teria de mudar a lei do setor.

Pires afirma que os acionistas poderiam até ganhar, uma vez que as ações deixariam de ser penalizadas, mas a estatal seguiria com problema de caixa. "Seria um retrocesso. É adicionar mais risco regulatório, dizer que o país vai e volta com as suas leis."

Analistas afirmaram ainda que a recente queda do dólar reduziria as perdas da empresa estatal porque ela importa derivados de petróleo por um preço mais alto do que cobra pelos produtos no Brasil.

CÂMBIO

Desde a semana passada, operadores do mercado de câmbio relatam sucessivas entradas de dólares trazidos, possivelmente, pela própria Petrobras por meio do Banco do Brasil e de bancos estrangeiros.

As operações acontecem nos momentos de estresse ou de relativa falta de liquidez no mercado à vista, lembrando as intervenções que o Banco Central fazia vendendo moeda para conter a valorização excessiva do câmbio.

Segundo operadores, o "timing" dessas operações difere dos escolhidos, por exemplo, por multinacionais que costumam trazer recursos para o país.

Questionada, a Petrobras se limitou a dizer que a informação não procede. A companhia estatal, no entanto, não respondeu aos pedidos de esclarecimento sobre sua política de trazer dólares (quem são os operadores, quem decide o momento e quais os objetivos de trazer recursos do exterior).

Para intervir no câmbio, o BC optou por fazer leilões de crédito em dólar (com compromisso de recompra) e de swap, que equivalem à venda de dólar futuro.

O dólar a vista, referência no mercado financeiro, fechou ontem em queda de 0,83%, vendido a R$ 2,334.


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