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Venda da MPX 'tira' R$ 4 bilhões de dívida de Eike com o BNDES

Risco direto é de R$ 500 milhões, já que 80% dos empréstimos têm aval de bancos privados

Banco estatal, no entanto, negocia novos créditos ao grupo, para dar fôlego até que haja outros compradores

PEDRO SOARES DO RIO

O BNDES se livrou da maior parcela da dívida das empresas do grupo de Eike Batista com a venda da companhia de energia MPX para a alemã E.ON, mas ainda restam cerca de R$ 2 bilhões em débitos e parte deles está sob renegociação.

Dados obtidos com exclusividade pela Folha indicam que R$ 4 bilhões migraram para o novo controlador da MPX --ou 66% de uma dívida de R$ 6 bilhões do grupo.

Esse é o valor que já havia sido liberado pelo banco estatal ao grupo EBX --de um total de R$ 10 bilhões em financiamentos contratados.

Há em curso, porém, uma renegociação de R$ 518 milhões referente a um empréstimo-ponte dado à LLX (logística) para a construção do porto do Açu (RJ). O BNDES provavelmente vai prorrogar o pagamento, que vence neste mês.

Foi a mesma saída para outro crédito-ponte para a OSX (estaleiro), prorrogado em agosto por dois meses.

Os empréstimos-ponte são dados até que um contrato definitivo e com melhores condições seja firmado.

O objetivo da renegociação é dar tempo para encontrar compradores para essas empresas que possam assumir as dívidas. "É melhor dar mais prazo e tentar receber do que deixar que a empresa quebre", diz Eduardo Coutinho, professor do Ibmec.

RISCO DIRETO

De tudo o que o BNDES emprestou a Eike, R$ 500 milhões, porém, estão sob risco direto de um eventual calote --é a chamada exposição do banco às empresas do grupo.

Tal cifra corresponde a 0,6% de todo o crédito liberado pelo banco no primeiro semestre. "Não é pouco, até porque é um banco público, mas proporcionalmente ao tamanho do BNDES não seria um problema tão grande [um eventual calote]", diz o professor do Ibmec.

O risco do BNDES é relativamente baixo porque 80% de todos os empréstimos contam com fiança bancária ou são financiamentos indiretos (repassados por outros bancos, que assumem o risco).

Ou seja, em caso de inadimplência, o "mico" fica com o banco que deu o aval ao empréstimo do BNDES.

Para Coutinho, o BNDES cercou-se desse cuidado porque as empresas de Eike eram apenas projetos --que frustraram as expectativas sem apresentar os resultados prometidos-- e não tinham geração de receita própria.

Procurado, o BNDES informou que não comentaria os números obtidos pela Folha. LLX e OSX confirmam a repactuação das dívidas. A EBX não comenta os números.

SAÍDA

O empresário Eike Batista está negociando a redução da sua participação na MMX, empresa de mineração do grupo EBX, segundo fato relevante enviado à CVM.

Em documento assinado pelo diretor-presidente da MMX, Carlos Gonzalez, a empresa informa que, apesar da negociação, não há nenhum documento assinado sobre uma possível venda.

A MMX tem sido alvo do interesse de vários grupos, que visam principalmente o Porto Sudeste, maior projeto da companhia, em construção em Itaguaí (RJ). A empresa tem ainda duas minas de minério de ferro, Serra Azul, em MG, e outra em Corumbá.


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