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Azevêdo assume OMC alertando para risco de entidade perder voz

Brasileiro quer avanço antes de conferência-chave no fim do ano

BERNARDO MELLO FRANCO ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA

Na estreia como diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto Azevêdo prometeu ontem dar fim à "paralisia" na entidade e cobrou esforços dos 159 países-membros para destravar a Rodada Doha de liberalização do comércio, que se arrasta há 12 anos.

Em tom de alerta, disse que um fracasso na Conferência Ministerial de Bali, em dezembro, pode mergulhar a OMC na irrelevância: "Caímos nessa paralisia e nos acomodamos a ela. Isso acabou", disse. "Desde 1999 a OMC não consegue fechar nenhum acordo multilateral."

O novo diretor-geral afirmou que a organização depende de vitórias tangíveis no combate ao protecionismo para recuperar prestígio.

"O mundo não vai esperar indefinidamente pela OMC. Nossa capacidade de reagir à demanda de um mundo em transformação está em risco."

Diante do quadro, Azevêdo considerou que "o multilateralismo está deixando de ser a opção mais interessante". É uma alusão à profusão de acordos regionais e bilaterais às margens da OMC.

"Se o sistema não funciona, todos perdem. E quem mais perde são as economias menores e vulneráveis."

Na sexta, o dirigente informara que a OMC reduzira as projeções para o crescimento do comércio global neste ano e no próximo, para 2,5% e 4,5%, respectivamente.

Sua estratégia, informada ontem ao Conselho-Geral da OMC, será pressionar os países a delinearem um acordo antes de irem a Bali. Até lá, prometeu manter o gabinete aberto e só deixar Genebra se "estritamente necessário".

Ao menos no discurso, a maioria dos negociadores prometeu apoiar o brasileiro, que até o início do ano representava o país na entidade. "Ele apresentou uma agenda ambiciosa e intensa. Apoiaremos fortemente suas sugestões", disse o embaixador dos EUA, Michael Punke.

"Azevêdo tem pulso para negociar. Seu plano é prático e realizável, reforçou o indiano Jayant Dasgupta.

Em mensagem lida pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo, a presidente Dilma Rousseff prometeu apoio do Brasil à gestão do diplomata, que se licenciou do Itamaraty, e "compromisso com o multilateralismo e a OMC".

Azevêdo tem repetido que não foi eleito para representar o Brasil e que poderá contrariar interesses do país, acusado de protecionismo.


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