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Efeito Eike faz Bolsa de SP mudar índice em 2014
Novo Ibovespa vai passar a levar em conta valor de mercado das empresas
Fundos ligados ao índice eram obrigados a comprar ações da OGX apesar de dúvidas sobre o futuro da empresa
A BM&FBovespa vai mudar a metodologia de cálculo do Ibovespa, principal termômetro do mercado de ações brasileiro, que agora levará em conta o valor de mercado das empresas e o volume de papéis disponíveis para negociação na Bolsa.
É a primeira mudança relevante no índice em 45 anos. O objetivo é tirar ações como a da OGX (petroleira do grupo de Eike Batista), que valem menos de R$ 1, mas têm grande volume de transação.
Também deve reduzir a participação de empresas grandes, mas que tenham poucas ações no mercado.
As alterações valerão a partir de janeiro do ano que vem e serão implementadas em duas fases. A primeira, que vai de janeiro a abril, será uma média das metodologias antiga e nova. A partir de maio, a nova metodologia vigorará, de fato, sozinha.
Criado em 1968, o Ibovespa refletia uma Bolsa em que poucas ações eram negociadas, independentemente do tamanho e da importância das empresas.
Devido a essa metodologia, a OGX representa hoje 5% do Ibovespa, atrás apenas dos papéis preferenciais (sem voto) da Petrobras (7,7%) e da Vale (8,3%).
Isso obriga a maioria dos fundos que seguem o índice a comprar o papel da petroleira, apesar de dúvidas sobre o futuro da empresa.
As alterações no índice foram discutidas por uma comissão de 25 pessoas.
"Com as mudanças, a BM&FBovespa alinha a metodologia do seu principal índice com o que é praticado em outros países e adapta o Ibovespa ao cenário atual do mercado de capitais brasileiro, além de torná-lo mais robusto para o crescimento que se espera para o futuro do país", afirmou a Bolsa, em comunicado ontem.