Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mercado abandona aposta de juros em 10% no fim de 2013

Dólar em queda tende a diminuir as pressões inflacionárias

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O mercado começou a abandonar suas apostas de que a taxa básica de juros encerrará 2013 em dois dígitos.

A expectativa de investidores de que a Selic, hoje em 9%, seria elevada para 10% até novembro ganhava força com a desvalorização do real.

A taxa reflete os preços dos contratos de juros negociados no mercado futuro. A alta do dólar eleva o custo de insumos importados.

"Isso poderia agravar o cenário inflacionário, por isso o mercado reagiu", diz o economista Alexandre Schwartsman, colunista da Folha.

A aposta começou a perder força após o presidente do Fed (banco central americano), Ben Bernanke, frustrar a expectativa do mercado, na semana passada, de que ele retiraria os estímulos monetários dados à economia americana já neste mês.

O enxugamento do excesso de dinheiro seria acompanhado por alta de juros nos títulos negociados no mercado, tornando os investimentos nos EUA mais atrativos. Atualmente, os juros de referência nos EUA beiram zero.

A expectativa de que esse processo começaria em breve estava levando investidores a retirar dinheiro de países emergentes, como o Brasil, para aplicar nos EUA.

Agora, parte desses recursos começa a voltar, contribuindo para a queda do dólar. As intervenções do BC no mercado de câmbio têm reforçado a tendência.

A mudança na direção do câmbio levou o mercado a voltar a apostar em alta da Selic para 9,75% até o fim do ano. A expectativa é de elevação de 0,5 ponto percentual em outubro e de 0,25 ponto percentual em novembro, encerrando o ciclo de altas.

Para Schwartsman, ainda que o dólar não volte subir, a inflação deve encerrar 2013 próxima a 6% e ficar entre esse patamar e 6,5% em 2014.

O economista ressalta que o mercado de trabalho permaneceu apertado em 2012, quando a economia cresceu apenas 0,9%, e tende a aquecer em 2014, causando maior pressão sobre os preços.

Já André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, prevê o recuo da inflação a 5,4% no fim do ano.

Para ele, o que foi entendido pelo mercado como mudança de discurso do Fed, somado à alta de juros no Brasil, fará com que o país volte a atrair capital externo, o que contribui para queda maior do dólar e recuo da inflação.

"A diferença entre os juros praticados no Brasil e no resto do mundo ainda é muito alta e vai aumentar ainda mais até o fim do ano."

Economistas ressaltam que um possível reajuste no preço da gasolina pode mudar o cenário para a inflação.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página