Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Telefónica aumenta fatia na Telecom Italia, dona da TIM
Se implicar controle da rival, operação pode levar a venda da TIM no Brasil
Espanhola, dona da Vivo, elevou participação na italiana de 46% para 66%; órgãos reguladores vão estudar o negócio
Uma operação anunciada ontem pela Telefónica, na Europa, pode resultar na venda da TIM no Brasil.
A empresa espanhola, que comanda a Vivo, aumentou sua participação acionária na Telecom Italia, dona da TIM. Para o governo brasileiro, um grupo não pode ter o controle de duas gigantes do setor ao mesmo tempo, o que comprometeria a concorrência.
De acordo com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), a situação representaria uma concentração "muito grande" nas mãos de uma única companhia.
A Vivo detém 29% do mercado de telefonia móvel no Brasil. A TIM vem em segundo lugar, com 27%, de acordo com dados da Anatel (agência reguladora).
Segundo o ministro, se a operação for confirmada, o controlador terá que vender uma das empresas.
NEGÓCIO
A Telefónica divulgou ontem um acordo em que aumenta de 46% para 66% sua participação Telco, maior acionista na Telecom Italia.
O negócio ainda não foi oficialmente comunicado à Anatel e ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Responsáveis pelo departamento jurídico da Telefónica entraram em contato com o alto escalão do governo para explicar a medida.
A empresa defende, segundo a Folha apurou, que a operação não representa, em um primeiro momento, uma mudança no comando da TIM no Brasil, porque o negócio não garante aos espanhóis maior poder de decisão.
Em 2007, Anatel e Cade analisaram operação semelhante entre a empresa espanhola e a Telco. Ficou decidido, há época, que o negócio poderia ser feito caso não houvesse ingerência de uma empresa em outra.
No anúncio divulgado ontem na Europa, porém, a espanhola destaca a possibilidade de converter as novas ações em papéis que darão direito a tomar decisões dentro da Telecom Italia, dentro de seis meses.
Isso representaria a tomada efetiva de controle da companhia, com reflexos para as empresas no Brasil. Caso a TIM tenha de ser vendida, Vivo, Oi, Claro e Nextel não poderiam comprar a rival.