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Em NY, Dilma explica leilões e protestos a investidores
A mais de 300 investidores, presidente afirma que Brasil respeita contratos
Questionada sobre as manifestações de junho, presidente atribui fenômeno à inclusão social
A presidente Dilma Rousseff participou ontem de um seminário para investidores no banco Goldman Sachs, em Nova York, onde repetiu diversas vezes que o Brasil não fere contratos.
O contexto de seu discurso foi um seminário sobre oportunidades de investimentos em infraestrutura, em que as concessões foram apresentadas, não só pela presidente, mas também por outras autoridades econômicas, como os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e do BC, Alexandre Tombini, também discursaram no evento.
'RESPEITO A CONTRATOS'
Conforme a presidente, há "mais de 20 anos", o país cultiva uma "prática de respeito aos contratos".
Antes de iniciar seu discurso para os investidores, em uma entrevista coletiva a jornalistas, a presidente afirmou que, "se tem um país que respeita contrato, é o Brasil".
"O que está escrito e foi assinado por uma autoridade brasileira é uma questão de Estado, e não de governo. Não interessa o governo que assinou. O governo que se segue tem de cumprir", afirmou a presidente.
Aos investidores, Dilma também tentou explicar as manifestações populares de junho, que chegaram às manchetes de jornais internacionais e às mesas de investimentos.
Segundo a presidente, que atribuiu o fenômeno à inclusão social, que cultivou a demanda "da população por melhores serviços e qualidade de vida", o país soube lidar com a questão de forma democrática.
"Ao descobrir que é possível, as pessoas querem mais", disse a presidente, sobre o crescimento do acesso ao mercado no Brasil.
O ministro Mantega, em uma mensagem semelhante poucas horas antes, ressaltava que o Brasil tem hoje um mercado consumidor expandido, em contraponto com a China.
"Foram esses investimentos que impulsionaram o crescimento na China. Não precisamos chegar a 48% do PIB, podemos chegar a 23% ou 24%."
Perto do final de seu discurso, Dilma mencionou que os investimentos em banda larga são mais um dos focos das concessões para colocar o Brasil "na economia do conhecimento".
Presente ao encontro, o chefe do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme, ponderou que a incerteza está ligada à dimensão do programa de concessões e ressaltou a importância da atitude do governo em informar.
De acordo com um dos investidores ouvidos pela reportagem, a atitude da presidente de levar seu núcleo econômico para o evento demonstra comprometimento.