Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Supersafra de milho favorece produção de etanol em Mato Grosso

Quando Mato Grosso entrou forte na produção de milho, o volume nacional do cereal bateu nos 80 milhões de toneladas. Pelo menos 22 milhões desse volume sai dos campos do Estado. Há três anos eram apenas 6 milhões de toneladas no Estado.

O aumento do volume no Centro-Oeste é necessário, uma vez que o avanço na área de soja puxa também a de milho, devido à necessidade da rotação de culturas.

Mas esse aumento de área e de produção derruba os preços, devido à longa distância entre a produção e os principais centros de consumo e dos portos de exportação.

Com isso, o milho tem um valor tão baixo em Mato Grosso que uma saca de 60 quilos vale menos do que um sanduíche e um refrigerante, segundo Glauber Silveira, da Aprosoja Brasil, entidade que promoveu ontem um fórum de etanol em Sorriso (MT).

Os produtores buscam saídas para o escoamento dessa supersafra. Um dos caminhos é a utilização do milho na produção de etanol.

O produtor e senador Blairo Maggi (PR-MT) diz que essa é uma boa alternativa porque se paga o valor de duas sacas em transporte para a colocação de uma nos portos.

Neri Geller, secretário de olítica agrícola do governo, afirma que já há ambiente para uma discussão sobre a utilização do excedente do milho na produção do etanol, o que não ocorria antes.

Odacir Klein, do Fórum Nacional do Milho, diz que não há restrições legais para a produção de etanol vindo milho no país. Além disso, a segunda safra do cereal garante produto de etanol de milho sem reduzir o produto para o consumo humano.

A produção de álcool de etanol viria complementar a oferta de combustível, uma vez que a demanda para os próximos cinco anos será de 50 bilhões a 60 bilhões de litros, segundo Eduardo Pereira de Carvalho, consultor e ex-presidente da Unica.

"Precisamos fazer, em vez de pedir, uma vez que o governo não tem uma política nacional de combustível e não entende que o empresário precisa pensar 10 ou 20 anos à frente", diz ele.

Mato Grosso já tem algumas usinas de etanol de milho. Entre elas, a Usimat, de Campos de Júlio, e a Libra, de São José do Rio Claro.

"A produção de etanol de milho é viável", diz Piero Vincenzo Parini, da Libra, cuja usina é acoplada a uma unidade de produção de álcool de cana-de-açúcar.

A usina, que começa a produção de etanol de milho na próxima semana, deverá utilizar 180 mil toneladas do cereal em 2014 e 280 mil em 2015. A empresa indica que é possível a produção de etanol do cereal com o preço de até R$ 20 por saca.

Os investimentos iniciais foram de R$ 20 milhões e vão atingir R$ 35 milhões até a empresa chegar à sua capacidade prevista. Ele prevê que a empresa recupere esses investimentos em três anos.

Ricardo Giannini, da Céleres, destaca que, dependendo o tipo de projeto, as usinas terão receitas de subprodutos, que vão desde itens para a alimentação humana e bebidas até o DGG (derivado do processo da transformação do milho em etanol).

Esse subproduto será fonte de proteína para a alimentação de animais no Estado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página