Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Entrevista - Fabio Barbosa

Problemas da economia não são difíceis de resolver

Solução passa por maior diálogo entre governo e setor privado para agilizar investimento, afirma executivo

MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

A capa da revista "Economist", com o título "Será que o Brasil estragou tudo?", não precisa necessariamente ser levada a ferro e fogo. As condições econômicas podem ser menos favoráveis, mas a solução passa por maior agilidade do governo para captar investimentos privados.

A afirmação é do executivo Fabio Barbosa, 59, que desde 2011 preside o Grupo Abril e também comandou Febraban (2007) e Santander (2007-10), além do ABN-Amro.

Desde 2011, preside o Grupo Abril e há três meses sucedeu FHC no comando da Fundação Osesp, organização social que mantém contrato com o governo do Estado para gestão da orquestra sinfônica e da Sala São Paulo.

O propósito da entrevista a seguir era falar sobre os desafios da Osesp. Após meia hora, a conversa enveredou pela economia brasileira, as perspectivas dos grandes grupos de mídia e o momento atual da editora Abril.

Osesp

Os horizontes se abriram, na medida em que a orquestra se tornou mais respeitada. O desafio agora é definir quais são os objetivos daqui em diante. Isso passa pela qualidade da orquestra, valorização do músico, e disseminação da cultura. A Osesp não deve ser popularizada --no sentido de abrir mão de sua excelência-- nem elitizada.

Contexto econômico

O Brasil opera em condições menos favoráveis que nos primeiros anos deste século. Os preços das commodities e as relações de troca se deterioram, refletindo na balança comercial e na própria correção cambial.

Há décadas convivemos com um problema de baixo investimento, dada a limitada capacidade de investimento do Estado. Agora o governo está se abrindo para concessões no setor privado em infraestrutura, que é justamente o maior gargalo.

Vejo com clareza uma situação de tentativa e erro, para se descobrir qual o modelo que vai funcionar. Os leilões e as concessões mais recentes mostram que o governo ainda busca equilíbrio entre a proposta de atrair capital privado sem onerar demasiadamente o usuário da infraestrutura.

Crescimento e inflação

A economia cresceu, incorporando um contingente importante de novos consumidores, o que nos leva a esse gargalo. O Brasil tem problemas, mas que não são tão difíceis de resolver. O tema central é a produtividade, pois estamos vivendo o chamado bônus demográfico --nem tantos aposentados e nem tantos jovens. Portanto seria o momento certo para o país crescer e enriquecer, antes de envelhecer. Daí o incômodo com o crescimento baixo.

Atuação do governo

O governo identificou a necessidade de trazer o setor privado para investir. Mas ainda não houve um entendimento sobre as condições aceitáveis para que saia o investimento. Essa compreensão está atrasando e é um diálogo fundamental. O governo precisa do setor privado, e o setor privado precisa de condições adequadas.

Mídia

A tecnologia mudou mas o conceito continua o mesmo. O papel da mídia enquanto instituição de informação e credibilidade continua inalterado. Agora, chegar ao leitor é algo que mudou, e temos que nos preparar para estar onde ele quiser, com a plataforma e linguagem adequada.

Fim do papel?

O problema não é de circulação ou aceitação das marcas. Acredito que o papel sempre vai existir porque tem leitores que querem. Mas este que é o ponto, recentemente ouvi de um editor que nossa responsabilidade agora é de sermos agnósticos com relação à plataforma [expressão originalmente cunhada pelo publisher do jornal "New York Times", Arthur Sulzberger Jr.]. Não importa se é papel, tablet ou móvel. O que importa é que existe gente interessada em se comunicar com a marca.

Editora Abril

Estamos exatamente neste ponto, de buscar o digital como forma de se conectar com a sociedade.

Identificamos grande aceitação de nossos produtos, mas a forma através da qual esse produto chega ao leitor ou anunciante tem que ser atualizada.

Leia íntegra da entrevista com Fabio Barbosa
folha.com/no1350890


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página