Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Cifras & letras

análise Economia Brasileira

Livro reúne propostas para acelerar o crescimento do país

Economistas apontam problemas que explicam o fraco desempenho recente

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O risco de que o futuro próximo repita a fase atual de baixo crescimento, iniciada em 2011, ocupa o centro do debate econômico no Brasil.

O livro "Propostas para o Governo 2015-2018 - Agenda para um País Próspero e Competitivo" se encaixa no contexto dessa discussão.

Organizada pelos economistas Fábio Giambiagi (BNDES) e Claudio Porto (Macroplan), a obra, que estará à venda nos próximos dias, traz diagnósticos sobre a recente desaceleração e propostas para o país escapar da armadilha do baixo crescimento.

A Folha teve acesso a quatro capítulos do livro que examinam a expansão econômica sob aspectos distintos, como educação, infraestrutura e política industrial.

Não é coincidência o fato de que a palavra produtividade apareça em todos eles.

Pesquisas e estudos recentes têm mostrado que a baixa eficiência está na origem do fraco desempenho da economia brasileira.

Medidas adotadas no país nos últimos anos, segundo os autores, agravaram aspectos estruturais que explicam a recente estagnação da produtividade total dos fatores--medida da eficiência com que tecnologia, capital humano e máquinas são combinados e utilizados na produção.

INTERVENÇÕES

Em um capítulo sobre as políticas industrial e comercial, os economistas Claudio Frischtak e Mauricio Mesquita Moreira afirmam que o país não deveria desperdiçar sua vantagem comparativa em recursos naturais.

Segundo eles, caso "intervenções desastradas" não ocorram, "novas atividades econômicas surgem com base numa combinação de vantagens herdadas, no conhecimento técnico-científico e empresarial e no contexto de um ambiente de negócios favorável".

Em seguida, citam o que consideram uma intervenção equivocada feita pelo governo: o controle dos preços de combustíveis. Na opinião dos economistas, essa política desestimula investimentos no setor de etanol ao favorecer a demanda por gasolina.

Já o Programa de Apoio à Inovação no Setor Sucro-Alcooleiro é citado pelos autores como exemplo de política acertada. Eles sugerem que o governo, de forma geral, reduza o grau de intervenção na economia, partindo de uma avaliação da efetividade das políticas adotadas.

Os economistas Maílson da Nóbrega e Adriano Pitoli apresentam uma revisão da literatura a respeito do impacto positivo de investimentos em infraestrutura sobre o crescimento, que tende a ser maior em países de renda média e grande dimensão geográfica como o Brasil.

Defendem como acertado o modelo adotado recentemente pelo governo Dilma de concessões no setor de infraestrutura ao setor privado.

Mas ressaltam que o modelo de tentar garantir a prática da menor tarifa possível por parte dos prestadores de serviços públicos traz riscos, como o de que os investimentos necessários não sejam feitos.

EDUCAÇÃO

Na área da educação, o economista Cláudio de Moura Castro e o sociólogo Simon Schwartzman afirmam que o Brasil retrocedeu em termos de políticas para o ensino médio nos últimos anos.

O país, dizem, vai contra a tendência verificada em nações desenvolvidas de flexibilizar as opções de formação disponíveis para os jovens. Segundo os autores, isso traz efeitos negativos ao contribuir para diminuir o interesse pelo ensino técnico e aumentar a evasão escolar.

A relação entre fatores como investimentos em máquinas, qualidade da mão de obra e desenvolvimento tecnológico e a capacidade de crescimento da economia é analisada por José Ronaldo de Castro Souza Júnior.

O economista explica o conceito de PIB potencial e mostra como a economia brasileira tem evoluído sob a ótica dos fatores de produção e da produtividade.

Em simulações sobre o possível desempenho futuro da economia, ele mostra que, caso o país mantenha a combinação entre expansão do estoque de capital a 4% ao ano e estagnação da produtividade vista em anos recentes, estará fadado a crescer 2% ao ano entre 2015 e 2020.

"PROPOSTAS PARA O GOVERNO 2015-2018 - AGENDA PARA UM PAÍS PRÓSPERO E COMPETITIVO"
AUTORES Fábio Giambiagi e Claudio Porto (orgs.)
EDITORA Elservier
QUANTO R$ 89,90 (432 págs.)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página