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Com "Hostel in Ramallah", irmãos querem atrair turistas e dólares ao território palestino

DIOGO BERCITO ENVIADO ESPECIAL A RAMALLAH

A julgar pelos entornos, o negócio não vai bem. Não há ninguém para abrir a porta do Hostel in Ramallah, escondido no segundo andar de um edifício puído no centro da capital administrativa dos territórios palestinos.

O interior deste que é o primeiro albergue da Cisjordânia, porém, surpreende o visitante com um confortável espaço --e com a proposta ideológica dos irmãos Alami, que abriram a pousada tendo em vista a vitalização de uma região punida por um constante conflito regional.

"Do ponto de vista do negócio, o ideal teria sido montar o albergue em Tel Aviv", diz Bubu Alami, 30. "Lá, há estrutura e visitantes. Mas queríamos trazer pessoas para os territórios palestinos."

Bubu e Chris abriram o hostel em julho, desafiando a ideia de que não há interesse por turismo na Cisjordânia. Em geral, viajantes pernoitam em Jerusalém, a 25 quilômetros dali. Visitas a cidades palestinas, como Belém e Jericó, são feitas em passeios de um dia.

Os irmãos apostam em uma mudança cultural a partir da circulação de turistas e de dólares pelas estradas poeirentas de Ramallah.

Para além disso, os territórios palestinos são vistos como uma região instável e insegura, a partir dos frequentes embates entre manifestantes e as forças israelenses.

A Cisjordânia foi ocupada por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias. Após os Acordos de Oslo, de 1993, parte do terreno --incluindo Ramallah-- passou à administração da Autoridade Palestina.

Bubu tem experiência em bancos, telecomunicação e indústria tabagista. Ao lado do irmão, alugou um apartamento de 100 m² por US$ 1.300 ao mês (R$ 2.900) e montou seu albergue ali.

Os preços para a estadia vão de R$ 30 a R$ 90 a noite. Nos dois primeiros meses, foram 200 hóspedes, e Bubu estima precisar de cinco por dia para o negócio sobreviver.

"Pensávamos que seria mais difícil trazer pessoas para cá. Elas veem na TV que é um lugar caótico." Parte da impressão de insegurança é real. Em setembro, houve uma série de embates na região.

Os visitantes têm perfil de ativistas ou mochileiros mais dados a aventuras. Uma hóspede australiana afirma ter, entre suas metas, fazer circular o capital também no território palestino.

"O dinheiro dos visitantes pode tornar as pessoas mais independentes. Mas fazer com que estrangeiros entendam a nossa cultura vai ajudar ainda mais a chegarmos à independência", diz Bubu.


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