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Indústria tem pior corte de postos e renda desde 2009

Queda do consumo, invasão de importados, juros e inflação pesam

Recuo no rendimento, de 0,2% em agosto perante mesmo mês de 2012, é o primeiro em 43 meses, informa IBGE

PEDRO SOARES DO RIO

A tendência de redução de postos de trabalho na indústria se agravou em agosto, com a maior queda desde 2009, diante da estagnação na produção das fábricas em um cenário de perda de fôlego do consumo interno e invasão de importados.

O rendimento, único indicador do mercado de trabalho industrial que estava positivo, recuou pela primeira vez em três anos e meio.

Os juros mais altos e o crédito caro e escasso também afetaram a produção e o emprego na indústria.

Já o rendimento dos trabalhadores do setor recebe o impacto da inflação maior e da dificuldade nas negociações de reajustes salariais, com dissídios menores neste ano.

Com isso, a renda (medida pela folha de pagamento, que inclui salários, gratificações e benefícios como o 13º) caiu 0,2% em relação a agosto de 2012, interrompendo 43 meses de taxas positivas nessa comparação, disse o IBGE.

Na comparação com julho deste ano, quando houvera alta de 0,5%, a perda na remuneração dos empregados da indústria foi de 2,5%.

Para André Macedo, gerente da pesquisa de emprego na indústria do IBGE, a redução da oferta de vagas na indústria dificulta as negociações entre sindicatos e empresas, resultando em ganhos salariais menores neste ano.

Já a inflação crescente, diz, corrói o rendimento de um modo geral, inclusive dos empregados do setor.

"A queda da folha de pagamento mostrou uma piora, em agosto, do mercado de trabalho da indústria, que já vinha mostrando perda de empregos", afirma.

O emprego caiu 0,6% de julho para agosto, quarta retração seguida e a mais intensa desde abril de 2009, quando o setor sentia os reflexos da crise global do fim de 2008.

Perante agosto de 2012, houve queda de 1,3%. Foi o 23° resultado negativo consecutivo e o mais intenso desde dezembro (-1,4%).

RETRAÇÃO GERAL

Os dados do IBGE indicam retração generalizada do emprego na indústria, com redução de postos de trabalho em 13 dos 18 setores pesquisados e em 13 das 14 regiões investigadas pela pesquisa.

O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) diz que os esperados "sinais de recuperação da produção industrial no segundo trimestre e um crescimento mais consistente no segundo semestre" não vieram, afetando o mercado de trabalho do setor.

"A maior fragilidade desse desempenho ruim encontra-se no emprego, que caiu pela quarta vez consecutiva."

De um modo geral, a criação de vagas sofre neste ano uma desaceleração em quase todos os setores. Mas o quadro da indústria é pior, segundo outras pesquisas do IBGE e de outros institutos. A taxa de desemprego, porém, se mantém baixa devido à menor procura por trabalho.


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