Folha de S.Paulo

Vaivém das commodities

Agricultura gera venda recorde de caminhões

A agricultura foi decisiva para a indústria de caminhões. Taxa de juro abaixo da inflação na aquisição dos veículos, alta da produção de grãos e demanda de caminhões nas novas áreas agrícolas provocaram vendas recordes.

O cenário favorável continua no próximo ano. A avaliação é de Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Iveco, do grupo Fiat.

Os números que começam a surgir no mercado dão sustentação às previsões do diretor da Iveco. O governo anunciou nesta semana safra de 196 milhões de toneladas em 2013.

Transporte de grãos e de fertilizantes puxaram as vendas de caminhões. Além desses fatores, houve aumento na compra de caminhões pesados pelos próprios produtores, que querem ter o controle do transporte nas mãos, aponta Cavalcanti. Os produtores aproveitaram a taxa de juros de 3% do Finame no primeiro semestre.

Mas as vendas estão ligadas também aos novos rumos da produção agrícola. o Estado de Mato Grosso produzia 6 milhões de toneladas de milho há três anos. Neste ano, obteve 22 milhões de toneladas do grão.

Isso leva a uma demanda maior no transporte de produtos agrícolas.

Antes, os mesmos caminhões migravam da safra do Sul para a do Centro-Oeste, o que não é mais possível.

Pelo menos 35% da demanda de caminhões pesados, que deverá chegar a 48 mil unidades neste ano, foi para transporte na agricultura. E de 5% a 10% vão para as mãos dos próprios agricultores.

Uva-passa O programa de melhoramento genético de uva da Embrapa poderá inserir o país efetivamente em mais um segmento da produção vitícola: o de uva-passa.

Variedades A Embrapa está selecionando variedades aptas para o país, além de buscar a definição de um protótipo de equipamento para o processamento da matéria-prima.

Importada Praticamente toda uva-passa consumida no país é importada. Em 2012, foram 24,6 mil toneladas, com gastos de US$ 56,7 milhões.

Ovos A Apex aportará os custos do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes para ovos, fundamental para o plano da Ubabef de abrir o mercado europeu.

Exportação Até agosto, as vendas externas de ovos recuaram para 7.800 toneladas de ovos, 54% menos do quem em igual período do ano passado.

Italiana quer superar taxa do mercado

A italiana Emak, do setor de máquinas e implementos agrícolas, começa a por os pés em definitivo no país. Após montar uma fábrica em Curitiba em 2012, a empresa quer atingir pelo menos 10% do mercado em que atua.

Com faturamento mundial de US$ 475 milhões, o grupo Emak está nas áreas de irrigação, florestas, jardinagens e bombas de pressão.

Entre os novos projetos para o Brasil estão a agricultura de precisão e a colocação de bombas de alta pressão para limpeza de granjas de suínos e de estábulos.

Giampaolo Dall'Aglio, diretor de exportação na Itália, diz que a fábrica no Brasil vem se somar às dez que o grupo já tem.

Para Marcelo Navarro Utrabo, diretor superintende no Brasil, o objetivo da empresa é crescer acima da evolução do mercado, colocando produtos da linha premium com preços mais acessíveis.