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Análise

Apesar de avanço, economistas continuam a estudar o que mexe com mercado de ativos

PAULA LEITE EDITORA DE "TREINAMENTO"

No modelo "clássico" de formação de preços de ativos (como ações ou títulos do governo), o mundo é bastante simples. O preço de uma ação reflete exatamente o que os participantes acham que a empresa vale e o risco associado com a compra do papel. Além disso, todos têm acesso à mesma informação.

Se a ação estiver barata demais, como todos têm a mesma informação, mais gente a comprará, fazendo com que o preço volte ao valor ideal.

Na prática, no entanto, mesmo intuitivamente, vemos que nem sempre esse mecanismo funciona perfeitamente. Como explicar os altos preços das ações de algumas empresas logo antes de quebrarem?

Muitos economistas se dedicaram nas últimas décadas a explicar o que rege os mercados de ativos. Os ganhadores do Nobel deste ano deram contribuições importantes para esse entendimento.

Shiller, por exemplo, mostrou que no curto prazo os preços de ações variam bem mais do que seria esperado dentro do modelo acima. Em prazos mais longos, porém, os preços convergem para padrões mais previsíveis.

Ou seja, aparentemente os investidores se deixam levar por fatores como emoções no dia a dia, mas a longo prazo tendem à racionalidade.

Fama mostrou que duas características das empresas ajudam a explicar o preço das ações: o tamanho e a relação entre valor de mercado da companhia e valor contábil.

Pelo modelo "clássico", essas duas variáveis não deveriam ter impacto no preço, mas os dados mostram que na prática isso acontece.

É um "furo" na teoria, que pode ser explicado pela psicologia ou por decisões racionais mais complicadas do que se imaginava.

Hansen criou um método estatístico que ajudou muito os economistas a lidarem com dados de preços de ativos, permitindo testar muitas teorias contra os dados reais.

Economistas continuarão estudando para tentar entender o que rege o comportamento dos preços das ações. Enquanto isso, continua sendo bastante difícil prever para onde vai o papel de uma determinada empresa e ganhar dinheiro investindo em ações escolhidas a dedo.

Isto é, desde que não haja informação privilegiada --mas aí é uma outra história.


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