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Nobel premia estudos sobre preço de ações

Robert Shiller, da Universidade Yale, Eugene Fama e Lars Peter Hansen, de Chicago, fizeram pesquisas independentes

Trabalhos vencedores são divergentes: Fama mostrou que os mercados eram eficientes; Schiller mostrou que não eram

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS DO "FINANCIAL TIMES"

Os americanos Eugene Fama, Robert Shiller e Lars Peter Hansen conquistaram o prêmio Nobel de Economia de 2013 pelos estudos de análise sobre preços de ativos, como ações e títulos.

Fama, 74, e Hansen, 60, são ligados à Universidade de Chicago. Shiller, 67, é professor na Universidade Yale.

Poucos dos observadores do Nobel se surpreenderão com a escolha de Robert Shiller, o homem que nos disse que os mercados podem ser irracionalmente exuberantes. Ele há muito estava entre os favoritos para o prêmio.

Surpresa maior é que Eugene Fama divida o Nobel com ele. Fama e Shiller, à primeira vista, são novo exemplo de um prêmio dado a economistas que discordam completamente um do outro: Fama demonstrou que os mercados eram eficientes, e Schiller, que não eram.

MERCADO EFICIENTE

A ideia do mercado eficiente vem sofrendo pesados golpes nos últimos anos, e por isso o momento selecionado para celebrar o trabalho de Fama parece desconfortável.

A afirmação de que os mercados financeiros são eficientes, porém, tem significado diferente para os teóricos dos mercados financeiros: o de que os preços atuais das ações refletem o que sabemos sobre seu valor.

Não existem pechinchas evidentes nem truques para enriquecimento rápido. E as pessoas tampouco podem prever o que o mercado fará amanhã, porque os mercados eficientes já refletem tudo aquilo que sabemos.

Os preços mudam a cada dia apenas por causa das notícias, e não por algo que pudéssemos ter previsto ontem.

Os investidores que acreditam no mercado eficiente ganham mais dinheiro --ou perdem menos. Ignoram o bom desempenho passado, porque ele revela literalmente nada sobre seu futuro.

Na verdade, eles nem mesmo acompanham o mercado de ações. Por que se incomodariam? Não oferece vantagem nos investimentos, e pode causar úlcera.

Para crédito de Fama, ele passou décadas pesquisando exceções à sua teoria --e encontrou algumas, especialmente a de que empresas pequenas produzem excedente de retornos quando seu valor de mercado sai de sincronia com seu valor contábil.

À luz da crise financeira, a contribuição de Shiller é evidente. A de Fama, mais sutil.

Se mais investidores tivessem levado a sério o mercado eficiente, teriam suspeitado fortemente dos ativos financeiros de risco ("subprime") que foram classificados como muito seguros ao mesmo tempo em que produziam retornos elevados. Qualquer seguidor de Eugene Fama teria desconfiado de que havia algo de errado nisso.


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