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Após acordo que evitou calote, governo dos EUA volta a operar
Visto como vitorioso no impasse por não recuar, Obama critica oposição por "fabricar crises"
Congresso promoverá convenção bipartidária que vai deliberar sobre Orçamento e cortes; votação é em dezembro
Depois de dezesseis dias de paralisação parcial, o governo americano reabriu ontem agências federais, parques e monumentos, e milhares de funcionários públicos voltaram ao trabalho nos ministérios em Washington.
O presidente Barack Obama, creditado com a vitória após o acordo temporário sobre o teto da dívida e o Orçamento do país, sancionou ainda na madrugada a lei que evitou o fim dos fundos do governo para pagar contas.
Pela manhã, em pronunciamento, criticou a oposição republicana, levada a ceder após perder apoio popular.
"Se você não gosta de uma política ou um presidente em particular, argumente e ganhe a eleição. Force a mudança, não quebre o governo."
Ele também agradeceu os funcionários públicos federais e disse que o país precisa superar essas "crises fabricadas" --a paralisação e a ameaça de calote aconteceram depois que a oposição, que controla a Câmara, exigiu cortar fundos da reforma do sistema de saúde federal para votar o Orçamento.
"Agora que o governo reabriu, vamos deixar de focar em lobistas, blogueiros, comentaristas de rádio e ativistas profissionais que ganham a vida criando conflito."
Foi anunciada uma convenção para se debater o Orçamento do país na próxima década, lideradas pela chefe da comissão de Orçamento no Senado, a senadora democrata Patty Murray, e pelo seu equivalente na Câmara, o deputado republicano Paul Ryan. Ambos falaram em "buscar o consenso". A votação deve ser em dezembro.
A Agência de Proteção Ambiental, que teve a maioria de seus funcionários em licença durante a paralisação, foi visitada pelo vice-presidente Joe Biden, que chegou com muffins para os funcionários.
Washington viveu um dia de lotação no metrô --transporte preferido de servidores que moram fora do Distrito de Columbia, sede da capital.
Servidores retiraram faixas e cercas que fechavam o acesso aos monumentos da cidade em homenagem a presidentes e vítimas de guerras.
Duas dezenas de museus da fundação Smithsonian voltaram a receber visitantes. O Zoológico Nacional também foi reaberto, e, com ele, as populares câmeras que acompanham a vida de dois ursos pandas em tempo real.