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Análise
Como a crise da dívida nos EUA pode afetar você
Calote poderia provocar alta do dólar e da taxa de juros no Brasil
Após mais de duas semanas de paralisação parcial do governo, os EUA chegaram a um acordo para evitar o calote do país pelo menos até o início do ano que vem.
Caso a medida temporária que elevou o teto da dívida não tivesse sido aprovada, o governo americano se veria incapaz de honrar seus pagamentos, desencadeando uma nova crise econômica mundial que colocaria em xeque sua posição de estabilizador e emissor de moeda -assim como ocorreu em 2008.
O provável efeito imediato seria o congelamento do mercado de crédito americano e o consequente aumento da taxa de juros, provocando uma ampla desvalorização de títulos do governo que traria prejuízos para diversos países que investem nos papéis.
A maior parte das economias se veria sem liquidez, já que as reservas em dólares dos bancos centrais perderiam valor subitamente e não haveria mais garantia de pagamento dos títulos de dívida dos EUA.
Dentre os principais credores da economia americana, destaca-se, na terceira posição, o Brasil, que sofreria fortes impactos sobre os juros e os investimentos. Com uma provável valorização do dólar, o preço de importados aumentaria rapidamente, causando pressão inflacionária.
Para controlar os preços, seria necessário elevar ainda mais os juros brasileiros, que já em alta nos últimos meses.
Como consequência, os investimentos tenderiam a cair, tanto pelo maior custo de financiamento interno e externo -dada a dificuldade de obtê-los em tempos de recessão-, quanto pela insegurança no mercado.
A medida nos EUA foi positiva, mas a preocupação continua já que a decisão final sobre o limite da dívida americana ficou para o começo de 2014.
