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Investimento baixo freia PIB maior, diz órgão
DE WASHINGTONA baixa taxa de investimento no Brasil em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) está encurtando o potencial de crescimento do país, segundo o relatório do FMI.
Para manter um crescimento sustentável de 3,5% ao ano, a mesma média entre 2000 e 2012, mas 0,75 ponto percentual abaixo do previsto anteriormente para os próximos anos, o Brasil precisa aumentar a taxa de investimento e recuperar a produtividade.
O FMI diz que a baixa taxa de investimento em 2011 era explicada pela queda do preço das matérias-primas e aperto nas condições financeiras internacionais, em um momento de crise da dívida na Europa e de temor de calote nos Estados Unidos.
Mas, a partir do início de 2012, a melhora no ambiente global não conseguiu provocar a aceleração dos investimentos, causada por "fatores domésticos", com quedas na estimativa de crescimento e incertezas.
"O crescimento dos investimentos entre os emergentes desacelerou, mas continuou crescendo, enquanto no Brasil ficou paralisado e começou a regredir", diz o relatório do Fundo.
No Brasil, a taxa de investimento equivale a 18,6% do PIB, ante 46% na China, 30% na Índia, 33% na Indonésia e 28% na Coreia do Sul.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, discordou do enfoque, dizendo que o ajuste em curso, de uma economia mais dependente do consumo que do investimento, aconteceu antes do que diz o FMI.
"Desde 2006, 2007, com o PAC, conseguimos investir mais, depois de décadas sem investimentos em infraestrutura", disse, em coletiva de imprensa.
"Entre 2003 e 2012, a taxa de investimento cresceu 5,7% ao ano em média, ante 3,6% da economia e 4,3% do consumo. O balanceamento já estava acontecendo há algum tempo."
Holland criticou a pouca ênfase ao dinamismo do mercado de trabalho brasileiro ("com desemprego de 5,3%, enquanto o mundo passa por uma fase de taxas altas") e disse que as próprias previsões de mercado apontam uma alta no investimento de 6% (acima do crescimento econômico). (RJL)