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PIB da Espanha sobe 0,1% e país sai da recessão após 2 anos
Embora economia tenha voltado a crescer, crise persiste, com desemprego alto e confiança baixa
Governo anuncia primeira deflação desde 2009; recessão foi a mais longa da história democrática do país
O Instituto Nacional de Estatística da Espanha (INE) confirmou ontem que o país, um dos mais combalidos pela crise europeia, saiu oficialmente da recessão após mais de dois anos consecutivos de retrocesso na economia.
Segundo o INE, entre julho e setembro a economia espanhola avançou 0,1% na comparação com o trimestre anterior --o que confirma a previsão anunciada pelo Banco Central espanhol na semana passada. De abril a junho, o Produto Interno Bruto do país havia encolhido 0,1%.
O avanço, embora ainda visto com cautela pelo próprio governo e pelos mercados, interrompe nove trimestre seguidos de retração --a recessão mais longa da hitória do país desde o fim da ditadura franquista, em 1975.
Na comparação com o mesmo período de 2012, porém, a economia encolheu 1,2%, apesar do fortalecimento das exportações do país. Nos três meses anteriores, o recuo anualizado fora de 1,7%
Este foi o segundo período de recessão para a Espanha desde que a crise econômica global explodiu. O anterior, iniciado em julho de 2008, durara seis trimestres.
A expectativa para 2014 é de expansão entre 0,5% e 1%.
AINDA EM CRISE
As turbulências no país ibérico foram agravadas pelo estouro da bolha imobiliária que na década anterior dera impulso à economia.
Em entrevista ao "Wall Street Journal" na semana passada, o premiê conservador Mariano Rajoy alertou que o fim da recessão não significa, ainda, o fim da crise.
O desemprego permanece em 26,2%, o segundo mais alto da União Europeia, atrás da Grécia. Entre os jovens de até 25 anos, supera 50%
A confiança na economia também continua a cair.
Ontem, a Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) anunciou que seu Índice de Percepção da Economia, um indicador composto a partir da avaliação feita por empresas, subiu 0,9 ponto na zona do euro, a 97,8 (leituras abaixo de 100 denotam avaliação negativa).
Na Espanha, porém, o índice caiu 2,2 pontos.
Já os preços ao consumidor no país registraram deflação pela primeira vez desde 2009, encolhendo 0,1% em outubro, informou o INE, o que deixou o governo em Madri em alerta.