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OGX, de Eike, previu 1,5 bi de barris para campo que nunca produziu

Teste indicou em 2010 óleo pesado demais, mas empresa só comunicou problemas neste ano

Petroleira diz que informou mercado sobre projetos, evitando divulgar "informações incompletas"

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O campo de Vesúvio, o primeiro descoberto pela OGX, é um exemplo emblemático da diferença entre o que a petroleira de Eike Batista informava aos investidores e o que acontecia internamente.

A empresa chegou a estimar que Vesúvio produziria até 1,5 bilhão de barris, mas nunca comercializou uma gota de petróleo de lá.

Segundo ex-técnicos da OGX, o petróleo de Vesúvio se revelou muito pesado e inaproveitável já nos primeiros testes. "Só foi possível recuperar borra, tamanho o peso do óleo", disse uma fonte que pediu anonimato.

A Folha revelou no domingo que a OGX já tinha estudos internos feitos a pedido da diretoria, em julho de 2012, indicando que suas reservas na bacia de Campos poderiam ser apenas 17,5% do que fora divulgado ao mercado.

Em vez de pelo menos 1,8 bilhão de barris de petróleo previstos, só poderia tirar de forma economicamente viável 315 milhões de barris.

Os estudos referem-se aos campos de Tubarão Azul, Tubarão Martelo, Tubarão Areia, Tubarão Tigre e Tubarão Gato. Vesúvio nem entrou na conta, porque já havia sido abandonado.

A OGX não quis se pronunciar especificamente sobre o campo de Vesúvio e manteve o posicionamento da semana passada. Segundo a companhia, "o mercado sempre foi mantido informado sobre os projetos de produção, evitando a divulgação de informações incompletas".

Conforme pesquisa feita nos fatos relevantes da companhia, a OGX estimou, em outubro de 2009, um volume de óleo recuperável (que pode ser extraído com lucro) entre 500 milhões e 1,5 bilhão de barris em Vesúvio.

"Esse excelente resultado revela o grande potencial petrolífero dos nossos blocos, além de contribuir para a redução dos riscos dos próximos prospectos a serem perfurados na região", disse Paulo Mendonça, que ocupava o cargo de diretor-geral.

A notícia provocou alvoroço na OGX, que logo em seguida encomendou sua primeira plataforma, a OSX-1. A unidade nunca foi utilizada comercialmente em Vesúvio e só pode ser aproveitada no campo de Tubarão Azul.

TRÊS ANOS

Conforme a Folha apurou, os testes que verificaram que o óleo de Vesúvio era muito pesado ocorreram no fim de 2010. Mas o mercado só foi informado, parcialmente, de problemas em 13 de março deste ano, pouco antes de a empresa chegar à fase mais aguda da crise, que culminou na recuperação judicial.

Em um fato relevante que tratava de vários temas, a OGX solicitou à ANP (Agência Nacional do Petróleo) autorização para fazer um plano de avaliação de desempenho de Vesúvio, com prazo até o segundo semestre deste ano. Mas não dá detalhes sobre o desempenho da área.


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