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Twitter estreia na Bolsa em meio a dúvidas sobre modelo de negócio

Rede social levantará até US$ 2,1 bi hoje, na 2ª maior abertura de capital entre empresas de internet

Analistas questionam como converter 230 milhões de usuários em lucro; Brasil é 2ª maior base

DE SÃO PAULO

Sete anos e sete meses após sua fundação, o Twitter estreia hoje na Bolsa de Valores de Nova York na segunda maior abertura de capital de uma empresa de internet nos EUA, atrás só da do Facebook, em 2012.

As ações da segunda maior rede social do mundo, com 230 milhões de usuários ativos, serão lançadas a US$ 26.

Com essa cotação, o site que celebrizou as mensagens em 140 caracteres e as expressões precedidas pelo símbolo # (hashtag) levantará US$ 1,82 bilhão (R$ 4,15 bilhões) com os 70 milhões de ações que colocará à venda hoje, sob a sigla TWTR.

O valor poderá chegar a US$ 2,1 bilhões se for vendida uma leva extra de 10,5 milhões de papéis.

Já o valor de mercado da companhia ficaria em torno de US$ 14 bilhões nesse caso, se somadas as ações que continuarão nas mãos dos sócios.

O montante está muito abaixo do obtido pelo Facebook, cujo valor de mercado ficou em US$ 81,2 bilhões em seu IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês), em maio de 2012. Embora a abertura de capital tenha ficado abaixo das expectativas, a empresa de Mark Zuckerberg levantou US$ 16 bilhões.

Os sócios do Twitter e os bancos por trás da abertura de capital mostraram-se mais cautelosos, cotando os papéis da empresa entre US$ 17 e US$ 20 no dia 25, elevando o preço de acordo com o aumento da demanda.

PROMESSA

Ao entregar no mês passado sua documentação à SEC (reguladora do mercado nos EUA), a rede social revelou prejuízo de US$ 133,9 milhões de janeiro a setembro.

Há dúvidas entre analistas sobre como redes sociais podem transformar sua enorme base de usuários em dinheiro --pergunta válida para o Twitter, que não tem publicidade tradicional, mas cujos adeptos produzem 500 milhões de mensagens ao dia.

Para converter sucesso de público em números atraentes ao mercado, muitas dessas empresas criam sua métrica, que frequentemente leva em conta a própria perspectiva de crescimento.

"Na falta de descrição clara, pode ser difícil não concluir que números tão grandes [das empresas de tecnologia] se traduzem inevitavelmente em lucros altos", ponderou ontem Mary Jo White, presidente da SEC, ao jornal "Financial Times", sem citar nominalmente o Twitter.

"Mas essa conexão não necessariamente existe."

Mesmo as empresas que veem no Twitter uma ferramenta de promoção e diálogo com clientes têm dúvidas. Pesquisa com firmas do Canadá, do Reino Unido e dos EUA indica que 60% delas usam a rede social simbolizada pelo passarinho (atrás do Facebook). Mas só 55% das usuárias se dizem satisfeitas.

O índice é menor que o do Facebook ou o da rede de conexões de trabalho LinkedIn.

Uma dificuldade do Twitter para capitalizar pode ser a dispersão de sua base.

Só 23% dos "tuiteiros" vivem nos EUA. O segundo maior contingente, em julho de 2012 (último dado disponível), estava no Brasil, com mais 41 milhões de contas.


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