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EUA crescem acima das expectativas no terceiro trimestre

Apesar do avanço de 2,8% do PIB, expectativa é que Federal Reserve não corte já seus estímulos à economia

Desaceleração nos gastos do consumidor e queda no investimento de empresas indicam receio de instabilidade

ROBIN HARDING DO "FINANCIAL TIMES" EM WASHINGTON

Os EUA cresceram 2,8% no terceiro trimestre em dados anualizados, informou ontem o Departamento do Comércio, mas o resultado acima do esperado foi o único ponto positivo de um relatório desanimador sobre a economia.

O crescimento superou as expectativas dos analistas de que a economia avançasse 2%, graças à contribuição da recomposição de estoques, que teve peso de 0,8 ponto percentual no avanço do PIB.

Isso cria um risco de desaceleração do crescimento no quarto trimestre caso as empresas liquidem essas estoques extras sem reposição.

Os indicadores sugerem que a economia manteve o crescimento medíocre, mas persistente, entre julho e setembro porque os dados englobam um período anterior à paralisação de três semanas do governo em outubro.

Por isso, é improvável que o dado do PIB mude a opinião do Federal Reserve (o banco central dos EUA) sobre a hora de reduzir suas compras mensais de US$ 85 bilhões em títulos do Tesouro, que têm funcionado como injeção de estímulo à economia.

Quando o Fed decidiu manter os estímulos em setembro, estava preocupado com uma desaceleração no emprego em setembro. Os números do PIB não mostram a força que a autoridade monetária americana quer ver antes de mudar sua política.

"O número do crescimento é positivo, mas os detalhes do relatório não mostram melhora", diz Ian Shepherdson, economista chefe da Pantheon Macroeconomics.

As vendas finais de produtos no mercado interno, que excluem a formação de estoques e representam um indicador melhor da demanda subjacente, subiram em ritmo anualizado de 2% ante 2,1% no trimestre anterior.

CONSUMO

Os números mostram ainda desaceleração no consumo, principal combustível econômico dos EUA, que somou apenas um ponto percentual ao crescimento total (embora responda por 2/3 da economia do país).

Entre os fatores com peso positivo, o investimento em habitação respondeu por 0,4 ponto percentual de crescimento, e as exportações líquidas, por 0,3. Gastos de governos estaduais e municipais também influenciaram o avanço, em 0,2 ponto.

"O crescimento no terceiro trimestre foi decepcionante", disse Kathy Bostjancic, diretora de análise macroeconômica do Conference Board, firma de pesquisa em Nova York.

"É certo que um crescimento de 2,8% parece forte. Mas a questão fundamental no longo prazo é que os consumidores ainda não têm como deflagrar a demanda reprimida porque os avanços na renda continuam baixos."

Segundo ela, "mesmo com uma atividade industrial muito fraca, houve um inesperado acúmulo de estoques". "Os grandes estoques acumulados no terceiro trimestre, somados à paralisação do governo, pesarão sobre o crescimento do quarto trimestre."

ATRASO

A estimativa do PIB, que ainda será revisada, deveria ter sido divulgada em 30 de outubro, mas foi atrasada pela paralisação parcial do governo após um impasse sobre Orçamento no Congresso.

Os números divulgados ontem, porém, não englobam o efeito dessa paralisação na economia porque ela aconteceu em outubro, depois do final do terceiro trimestre.

Antes de mudar de rumo, o Fed provavelmente vai esperar indícios de um crescimento mais robusto do emprego, o que geraria maior renda para os consumidores, aumentando a confiança e sustentando a demanda.


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