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OSX, de Eike, pede recuperação judicial

Empresa é segunda do grupo EBX a recorrer ao expediente em 15 dias; medida dá 60 dias para propor reestruturação

Fatia maior de dívidas com bancos públicos, de R$ 1,6 bi, é garantida por privados; prejuízo maior é de fornecedores

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O grupo de Eike Batista protocolou ontem o segundo pedido de recuperação judicial em duas semanas. Desta vez, foi a empresa naval OSX, cujas dívidas de R$ 4,5 bilhões põem o processo entre os maiores já feitos no país.

Entre os maiores credores, estão Caixa e BNDES, que cobram R$ 1,6 bilhão, e os fornecedores Acciona e Techint, que pedem R$ 1 bilhão.

Os bancos públicos só escapam de boa parte do prejuízo porque dois terços do valor são garantidos por Santander, Votorantim e BTG Pactual. Nas últimas semanas, uma negociação tentou amenizar a situação dos bancos, deixando problema maior para fornecedores.

Durante a tarde, a negociação de ações do estaleiro chegou a ser suspensa do pregão da Bovespa, praxe em casos de recuperação judicial.

O processo marca o desmonte do "Império X". Nos últimos meses, Eike vendeu fatias das empresas MPX, LLX e MMX. Sem compradores para OGX e OSX, restou à Justiça a solução de dívidas que somam quase R$ 16 bilhões.

Ao contrário da OGX, que pediu recuperação judicial no último dia 30, a empresa naval tem ativos valiosos e calcula que possa sair com R$ 2 bilhões do processo, incluindo recursos levantados com a venda das plataformas e créditos a receber da petroleira pela rescisão de contratos.

As operações, contudo, ainda podem demorar, e hoje quase não há dinheiro em caixa --daí a necessidade da recuperação judicial.

O processo envolveu só a unidade de serviços e construção naval. A OSX Leasing, sediada no exterior e dona das plataformas, ficou fora.

As dívidas da subsidiária, no entanto, foram contadas porque as garantias foram concedidas no Brasil.

O processo ficará a cargo do juiz Gilberto Matos da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, o mesmo da OGX.

Isso significa que terá de ser analisado pelo Ministério Público, como o da petroleira. Se aceitos, as empresas terão 60 dias para propor um plano de reestruturação.

Na OSX, ele passa pelo corte de funcionários, devolução de parte do terreno e a possível entrada de investidores, como adiantou a Folha. Ontem, a empresa confirmou que já demitiu cem pessoas.

A recuperação judicial da OSX só foi possível após uma negociação que permitiu a rolagem de empréstimos de curto prazo de R$ 1 bilhão, concedidos por BNDES e Caixa. Foi acertado com Santander e Votorantim, que deram as garantias aos financiamentos, que esse dinheiro será pago em outubro de 2014.

A Caixa concordou em rolar por um ano os R$ 461 milhões que teria a receber porque ainda cobra outros R$ 630 milhões, referentes a um repasse do Fundo da Marinha Mercante. Já o BNDES avalia se prorrogará os R$ 520 milhões que emprestou.

Santander e Votorantim ainda aceitaram injetar mais R$ 20 milhões na empresa, em troca de parte do dinheiro das plataformas. Se o juiz aceitar a garantia, sobrará pouco para os fornecedores.

Eike sinalizou que aportará dinheiro novo na OSX, mas o projeto do maior estaleiro da América ficará para trás.


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