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Empresa júnior se torna moda entre universitários

Mesmo áreas com pouca tradição em negócios já têm companhias desse tipo

Para o presidente de federação estadual das organizações, a tendência deve se fortalecer no futuro

FELIPE GUTIERREZ DE SÃO PAULO

Alunos de cursos superiores de áreas com pouca tradição em negócios, como biologia, veterinária, educação física e direito, estão abrindo empresas juniores para testar, ainda durante a graduação, como é gerenciar uma pequena empresa.

Cristina Castro Lucas, 36, professora do departamento de biotecnologia da UnB (Universidade de Brasília), coordena as 26 empresas juniores do campus.

Ela considera que um dos motivos que explicam o aumento do interesse é que hoje já não há questionamentos em relação à legitimidade das empresas juniores.

"Antes, diziam que era uma busca por dinheiro. E não é. Os alunos são obrigados a cursar duas disciplinas sobre negócios e fazem extensão, ou seja, treinam e se capacitam", afirma Lucas.

Uma das organizações sob a supervisão da professora é a Olé, dos estudantes de educação física.

O atual presidente é Lucas Alves, 18, aluno do segundo ano. Ele conta que a empresa atua organizando campeonatos esportivos para colégios ou outras faculdades. Eles também oferecem aulas de ginástica laboral em companhias.

Alves relata que o dinheiro que entra precisa ser reinvestido, já que os alunos que trabalham nas empresas juniores não podem ser remunerados.

Nicolas Barco Irigoyen é o presidente da Fejesp, uma federação que reúne 37 empresas juniores do Estado de São Paulo. Ele afirma que o aumento do número de organizações acontece também porque as grandes corporações valorizam os graduados que passam por essa experiência.

Trabalhar em uma empresa júnior, diz ele, ensina "como se portar, como argumentar, desenvolver questões gerenciais e aprender na prática". Para Irigoyen, a tendência de alunos de cursos sem tradição em negócios abrirem suas empresas deve se intensificar nos próximos anos.

Direito é uma dessas áreas. A organização da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) começou a sair do papel no fim do ano passado, conta o atual (e primeiro) presidente Eduardo Moretti, 20.

Ele afirma que um grupo de 22 alunos decidiu abrir a empresa por considerar que o curso não possibilita a prática com pessoas jurídicas. "Já existia um escritório-modelo para atender pessoas físicas que não têm dinheiro para pagar advogado. Mas as associações ou as micro e pequenas empresas ficavam desamparadas", afirma o estudante da UFSC.

A júnior cobra um valor abaixo do preço de mercado.

Moretti diz que o primeiro semestre foi gasto somente com burocracias para abrir a empresa e que, por isso, até agora foram feitos cinco atendimentos.


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