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Foco

Cidade de 4.000 habitantes no PR vai tirar luz de esterco de porcos

Com 130 mil suínos, Entre Rios do Oeste deve ter usina de energia movida a metano

FELIPE GUTIERREZ DE SÃO PAULO

Se o plano der certo, em um ano e meio, Entre Rios do Oeste, no Paraná, irá gerar toda a eletricidade que consome só com esterco de porco.

A cidade tem 4.000 habitantes e 130 mil suínos e está a caminho de implementar uma usina de energia movida a metano.

O projeto já tem garantidos R$ 19 milhões para começar a sair do papel no começo de 2014, diz José Marques Filho, da Copel, a distribuidora de energia que está por trás do sistema. Por lei, a empresa precisa investir em pesquisa e desenvolvimento.

Para captar o metano gerado por bactérias presentes no esterco, será construída uma rede de gasodutos que irá conectar os sítios de suinocultura à usina.

Dos 93 proprietários rurais da cidade, 63 assinaram um termo de adesão ao plano.

Ademir Roberto Escher, 42, é um deles. Ele cria 1.200 porcos e precisa limpar os três pavilhões do chiqueiro duas vezes por dia.

Escher prepara-se para instalar no seu sítio um biodigestor --uma torre na qual ele irá jogar as fezes do porco. Lá dentro, as bactérias irão agir e gerar o metano, que será captado e jogado na rede de gasodutos. O sitiante será remunerado pelo gás que entrar nessa rede.

Esses biodigestores já existem no mercado para interessados em gerar energia ou gás para suas propriedades.

O preço varia de acordo com a quantidade de fezes que a produção gera. No caso de Escher, por exemplo, pode sair por R$ 40 mil.

"Não se sabe dizer ainda quanto pode entrar no bolso dos agricultores. São propriedades pequenas, de 10, 12 hectares", diz Edinardo Aguiar, consultor do Sebrae que está auxiliando os sitiantes a participarem.

"No país, isso nunca será possível, mas, nessa cidade, residências, comércio e setor público podem ser supridos apenas com resíduos dessa origem", diz Máximo Luiz Pompermayer, diretor da Aneel, agência que regulamenta o setor elétrico.

Ainda assim, o projeto, "de um ponto de vista puramente econômico", não faz sentido, afirma. Ele ressalta que trata-se de uma pesquisa na qual a distribuidora de energia precisa investir.

Mas o prefeito Jones Neuri Heiden (DEM) já conta com a economia que terá. Hoje, o município gasta cerca de R$ 9.000 com eletricidade.


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