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Toyota prepara produção de carro híbrido no Brasil
Montadora aguarda definição de plano de incentivo fiscal, que deverá ser anunciado até o início de 2014
Anfavea propôs a criação de cotas de importação para veículos 'verdes', que teriam IPI zerado
A aprovação governamental de um programa de incentivo tributário aos carros elétricos e híbridos no Brasil está próxima, acredita a Anfavea (associação das montadoras de automóveis)
Segundo Antonio Calcagnotto, vice-presidente da entidade, o anúncio deverá ser feito entre o fim deste ano e o início de 2014.
As regras devem contemplar o pedido entregue pelo setor ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) em julho.
A previsão anima algumas montadoras, como a Toyota, que já comercializa o híbrido Prius no mercado nacional.
"O modelo irá ganhar escala de venda com esse empurrão fiscal, o que possibilitará sua produção no país", diz Ricardo Bastos, gerente-geral de relações públicas e governamentais da montadora no Brasil.
O Prius tem dois motores (um 1.8 a gasolina e um elétrico) que trabalham em conjunto para poupar combustível e poluir menos. Com os incentivos, o hatch médio poderá ter seu preço reduzido dos atuais R$ 120.830 para algo próximo dos R$ 90 mil, estima a marca.
Antes de o carro virar nacional, o que deve ocorrer em 2015, a Toyota pretende lançar uma inédita versão flex. O Brasil servirá de laboratório global para essa tecnologia, que depois seria exportada para outros mercados.
Para a produção, será necessário volume mínimo de 10 mil unidades por ano. Hoje, são vendidos cerca de 30 Prius por mês no Brasil.
Os componentes mais complexos, como o motor elétrico e o conjunto de baterias, virão inicialmente do Japão.
A Toyota informa ainda que os incentivos ajudariam a ampliar sua linha de veículos verdes'. O compacto Aqua, que usa um motor 1.5 acoplado a um elétrico, poderia chegar já em meados de 2014, na faixa dos R$ 70 mil.
PLANO DE INCENTIVO
A Anfavea propôs ao governo a criação de cotas de importação para veículos híbridos e elétricos, que teriam o seu Imposto sobre Produtos Industrializados zerado. Hoje, essa alíquota está em 25%.
Cada montadora habilitada no Inovar-Auto, regime de desenvolvimento do setor, poderia trazer 450 veículos sem incidência de IPI no primeiro ano a partir da aprovação da regra.
Em 2017, essa cota progressiva chegaria a 2.400 carros por montadora. Entre 2017 e 2020, continuariam com o IPI zerado as empresas que começassem a nacionalizar a fabricação dos carros híbridos.
Segundo estudos da Anfavea, a desoneração de 25% do IPI representaria redução de 59% no preço final do automóvel, devido à política de tributação em cascata.
De acordo com a entidade, o objetivo da isenção de imposto é identificar o potencial de mercado para esses carros no Brasil.
Em breve, a entidade promete apresentar também uma proposta de novas tecnologias de propulsão para veículos comerciais pesados e ônibus.