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'Puxadinhos' terão que ser refeitos por vencedor de Confins
Grupo que ganhar concessão no leilão de hoje vai herdar instalações provisórias e falha em serviços
Uma de várias obras feitas para a Copa, terminal remoto vai consumir R$ 26,8 mi; Infraero não comenta
Apesar do impacto positivo das obras para a Copa de 2014 no aeroporto de Confins (MG), o novo gestor do terminal terá que lidar com "péssimos" serviços oferecidos aos usuários e o caráter provisório das intervenções.
Essa é a avaliação de especialistas como Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, um dos principais estudiosos em logística do país.
"Confins vai entregar um bom serviço para a Copa. O grande problema será o legado. Pela característica de puxadinho' da obra, muita coisa vai ser destruída", disse ele, que usa o aeroporto até três vezes por semana.
Resende avalia como "péssima" a qualidade dos serviços no terminal, que fica a 40 km do centro de BH.
Outros usuários frequentes concordam. "O aeroporto é horrível em tudo. São filas enormes, esteiras cheias. Falta planejamento", disse a arquiteta Undine Freitas.
E o "puxadinho" em questão são as obras de um novo terminal remoto, que irá criar áreas de check-in e novos espaços de embarque.
Por não conseguir realizar a tempo para a Copa as licitações para um novo prédio a abrigar o novo terminal, a Infraero decidiu erguer um terminal provisório.
As intervenções no aeroporto, segundo a Infraero, custarão R$ 430 milhões, mas as obras vão além do terminal remoto. O "puxadinho" consumirá R$ 26,8 milhões.
O pátio de aeronaves está sendo triplicado e a extensão da pista aumentará 20%. Haverá ainda adequação do sistema viário e reforma, modernização e ampliação do terminal de passageiros.
A capacidade total de passageiros em Confins irá de 10 milhões/ano para 17 milhões /ano --aumento de 70%.
Para Paulo Resende, da FDC, dado o perfil dos concorrentes, que gerem grandes aeroportos no mundo, o futuro de Confins é promissor.
Segundo ele, por causa da localização, o novo gestor deverá fazer de Confins um "hub" (centro de conexão) nacional e internacional e adequá-lo a ser um aeroporto industrial, o grande sonho do governo de Minas.
Para isso, o Estado já reservou uma área contígua à do aeroporto para desapropriação e possível instalação, no futuro, de um distrito industrial alfandegário.
A Infraero não quis comentar o legado que deixará ao novo gestor de Confins e nem as perspectivas futuras para o aeroporto.