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Calote prejudica a receita de 35% das pequenas indústrias

Contas em atraso equivalem a 18% do ganhos das empresas afetadas em SP

Empresário deve tentar negociar dívida de modo amigável, sem perder relação com o cliente, diz consultora

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Mais de um terço (35%) das micro e pequenas indústrias de São Paulo afirmam que sofreram com calotes de clientes em setembro. As contas em atraso representaram, em média, 18% do faturamento.

Além disso, 77% dos empresários que tiveram falta de pagamento no mês passado dizem que a inadimplência aumentou ou se manteve estável no período.

O dado faz parte da pesquisa de atividade industrial realizada pelo Datafolha a pedido do Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo). Foram ouvidos 317 donos de indústrias com até 50 funcionários localizadas no Estado. Setembro foi o primeiro mês em que a questão da inadimplência foi feita no estudo.

Rogério Grof, diretor de relações institucionais do sindicato, diz que o nível de calote é mais alto do que o esperado. "Isso é muito preocupante, porque interfere drasticamente no capital de giro da pequena indústria. Quando não recebe, uma boa parte dessas empresas acaba buscando empréstimo em bancos, com linhas de crédito caras."

Segundo Grof, parte dessa inadimplência está ligada ao relacionamento pessoal que os donos de pequenas empresas desenvolvem com seus clientes, aceitando cheques e pagamentos por boleto bancário sem cuidado.

Ele diz que o uso de cheque no setor ainda é comum --os empresários o repassam a fornecedores, o que, na prática, funciona como um adiantamento de recebimentos.

PREVENÇÃO

Fazer a maior parte dos parcelamentos com cartão de crédito e emitir boletos bancários registrados são formas de diminuir as chances de calote. Porém esses serviços são taxados pelas instituições financeiras.

No cartão, quem assume o risco de calote é o banco (a empresa recebe mesmo se o cliente não pagar).

Já os boletos registrados incluem itens como cobrança de juros para os pagamentos em atraso e tornam mais fácil protestar o título, diz Dora Ramos, diretora da consultoria Fharos Contabilidade e Gestão.

Gislene Viana, 38, conta que tem tomado esses cuidados em sua empresa, a FAG Brasil, que faz adaptações em vans para que sejam usadas como lojas móveis.

Ela diz que já teve pagamentos atrasados. Atribui alguns deles a má-fé do cliente e outros a dificuldades financeiras de quem fez a compra.

"Por ter uma empresa pequena, praticamente não estou vendendo mais com boleto ou cheque. Qualquer atraso nos dá problema."

Porém, quando a inadimplência acontece, a primeira opção deve ser tentar negociar sem encerrar o relacionamento com o cliente, diz Angelina Stockler, diretora da consultoria ba}Stockler.

Se uma empresa cliente atrasa o pagamento, ela sugere que se negocie um parcelamento da dívida e que se elabore um documento em que as condições de pagamento são afixadas.

"Às vezes a pessoa não faz isso de má fé, mas, sim, porque se apertou. Negociando dessa forma é mais fácil receber e você tem um documento jurídico fácil de usar", afirma Stockler.


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