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Governo aumenta combustíveis; gasolina deve subir 2% nos postos
Economistas calculam que impacto no índice oficial de inflação será modesto: alta de 0,24%
Petrobras diz que política para futuros reajustes tem como meta reduzir defasagem com preços externos
Depois de ser derrotada na tentativa de estabelecer uma fórmula de reajuste automático dos combustíveis, a Petrobras conseguiu ontem aprovar uma política de preços que começa com um aumento de 4% paraa gasolina e 8% para o diesel, nas refinarias, a partir de hoje.
Nos postos, o aumento da gasolina será de cerca de 2%, segundo a Fecombustíveis (federação que reúne os donos de postos). Para o diesel, a previsão é de 5%.
O governo buscou um meio-termo para a disputa entre a estatal e a Fazenda. Esta conseguiu evitar a criação de uma fórmula que contemplava reajuste automático e poderia pressionar a inflação em 2014, ano da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Já a estatal tirou do governo uma política que, segundo comunicado ao mercado, irá garantir a "convergência dos preços internacionais ao mercado doméstico" e "assegurar a redução do nível de endividamento da estatal no prazo de 24 meses".
O comunicado deixa claro que os critérios de reajuste não serão divulgados. Nem a empresa nem o governo detalharam qual será a política de preços da companhia.
A estatal afirma que, para recuperar o caixa, vai combinar a política de reajuste de preços com o crescimento da produção de petróleo.
Este último ponto foi uma das exigências da presidente Dilma. Para ela, caso a estatal não tivesse reduzido sua produção, o prejuízo com a importação de gasolina e diesel teria sido compensado pela exportação de óleo bruto.
Atendendo também a uma preocupação da presidente, a estatal diz na nota que não vai "repassar a volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico".
Como a Folha antecipou, Dilma foi contra o gatilho defendido pela estatal.
O reajuste dos combustíveis deverá ter impacto modesto na inflação, segundo economistas. Considerando os impactos diretos e indiretos, o IPCA deverá ser elevado em 0,24% em dezembro de 2013 e em 2014.
"Apesar de o peso da gasolina ser alto no IPCA, o reajuste ficou abaixo do que o mercado esperava", disse André Perfeito, da Gradual Investimentos.
Segundo a LCA, o maior impacto do aumento da gasolina será sentido ainda neste ano. Já no caso do diesel, o maior efeito será indireto, em fretes e tarifas de transporte público.