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Apesar do reajuste, defasagem continua

Diferença de preço da gasolina no país em relação aos internacionais cai de 15% para 10%, e o do diesel, de 20% para 12%

Petrobras tem gastado R$ 1,8 bi ao mês para não fazer o repasse integral ao consumidor, calcula consultoria

DENISE LUNA DO RIO

Os reajustes de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel ajudam, mas não resolvem todos os problemas da Petrobras, que desde o início do ano briga com o governo para obter uma equiparação de preços no mercado interno com o mercado internacional.

Segundo estimativa do Centro Brasileiro de Infraestrutura, com o reajuste anunciado ontem, a defasagem da gasolina cai de 15% para 10%. A do diesel, de 20% para 12%.

A defasagem chegou a atingir 30% em meados deste ano, gerando perdas de bilhões de reais para a empresa.

Ainda de acordo com a consultoria, a estatal vinha gastando, em média, R$ 1,8 bilhão ao mês neste ano para não repassar todo a diferença ao consumidor.

Os problemas da empresa se agravaram no últimos três anos com a disparada do consumo de gasolina e do diesel. Some-se a isso o fraco desempenho do etanol, aumentando a necessidade de importação de derivados para garantir o abastecimento interno.

Sob um contexto de investimentos elevados (US$ 236,5 bilhões até 2017), essa defasagem fez a Petrobras ter seu primeiro prejuízo em 13 anos, de R$ 1,3 bilhão, no segundo trimestre de 2012.

Além de maior volume importado, o dólar vem subindo, agravando a frágil situação do caixa da companhia, que também sofre com a queda de produção.

Segundo a Petrobras, o fluxo de caixa (o que entra e sai da companhia) só voltará a ficar positivo em 2015.

A solução para manter seus investimentos e operações nesse cenário foi aumentar o endividamento e vender ativos. Em uma ano, a dívida cresceu 35%, de R$ 186,5 bilhões no terceiro trimestre de 2012 para R$ 250,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

A alavancagem, que mede a relação entre o endividamento e o capital da companhia, aumentou no mesmo período de 28% para 36%. A relação entre a dívida e a capacidade de gerar caixa (Ebitda) passou de 2,42 para 3,05.

No seu Plano de Negócios 2013-2017, esses índices deveriam ser de no máximo 35% e 2,5, respectivamente.

Os índices desfavoráveis à saúde financeira levaram a agência de risco Moody's a rebaixar em outubro a nota da dívida da Petrobras. No mercado, o temor é que a companhia perca o grau de investimento pelas agências de classificação, o que aumentaria o custo da dívida da estatal.

AÇÕES

As ações mais negociadas da Petrobras (preferenciais) fecharam o dia de ontem com ganho de 2,47%, e os papéis ordinários avançaram 3,33%.

O anúncio do reajuste foi feito após o encerramento dos negócios na Bolsa.


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