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'Brasil não quer meio acordo na OMC'

Chanceler Luiz Alberto Figueiredo afirma que um consenso parcial nesta semana privilegiaria só um dos lados

País quer entendimento sobre temas agrícolas em reunião comercial em Bali; ministro admite dificuldades

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O governo brasileiro não tem interesse em apoiar um acordo parcial na Conferência de Bali, que ocorrerá de terça a sexta-feira e irá marcar mais uma tentativa da OMC (Organização Mundial do Comércio) de destravar as negociações para reduzir as barreiras do comércio global.

Segundo o ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), o país quer que o acordo contemple todos os elementos do chamado "pacote de Bali": facilitação do comércio, incentivos a países menos desenvolvidos e agricultura --em que o Brasil tem especial interesse.

"Não seria aceitável hoje para os países em desenvolvimento que o resultado de Bali ocorra só em uma área. Você tem de ter um equilíbrio, e não apenas [acordos em] áreas que um grupo quer", disse em entrevista no Palácio do Itamaraty pouco antes de embarcar para Bali.

O ministrou afirmou que se trata de uma posição do G20 (integrado pelas nações mais ricas e parte dos emergentes), e não só do Brasil.

Figueiredo admite que "a situação não está boa", já que não foi possível, até agora, que os países chegassem a um consenso. E diz estar "cautelosamente otimista".

"Se for feito um esforço político real por todos --e nós estamos dispostos a fazer--, você tem como sair de Bali com um pacote. Acho que nada está perdido. Mas que é muito difícil, é", disse.

Diante dos inúmeros impasses para fechar um acordo amplo e ressuscitar a chamada Rodada Doha, iniciada em 2001, alguns negociadores passaram a defender que se fechasse em Bali ao menos alguns pontos do pacote como forma de recuperar a credibilidade da OMC.

Um dos temas destacados como de maior consenso é o de facilitação do comércio, que inclui medidas para a desburocratizar as aduanas.

Segundo Figueiredo, o Brasil considera importante um acordo do tipo, que reduziria os custos de exportação e importação de produtos, mas não está disposto a abrir mão dos outros temas relevantes da pauta.

"Claro que a gente quer fechar em facilitação, mas não é um resultado ideal sair só com uma das áreas. Nós queremos que todos os elementos de Bali estejam no pacote", afirmou.

MERCOSUL

Após o encontro da OMC, o Brasil entrará na reta final de outra negociação considerada estratégica: o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia.

A expectativa é que a troca de ofertas sobre quais produtos entrarão no tratado e em que prazo as alíquotas serão zeradas ocorra até o Natal.

Questionado sobre as dificuldades em consolidar a proposta brasileira com a da Argentina e se há possibilidade de os dois países apresentarem ofertas independentes aos europeus, Figueiredo disse que "o trabalho é para irmos todos juntos".


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