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Mercado MPME

Métodos gráficos ajudam empresário a testar negócio

Ferramentas de baixo custo identificam gargalos, possibilidades e lacunas

Objetivo é confirmar a viabilidade do produto antes mesmo de fechar o plano de negócios, apontando interessados

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Visualizar um modelo de negócios antes de formatá-lo pode ajudar o empreendedor a entender como a empresa vai ganhar dinheiro e o que é preciso fazer para chegar lá.

Para tanto, métodos usados hoje empregam ferramentas que vão de quadros com post-its a coleções de cartas e mandalas (veja acima). O objetivo é não só estimular novas ideias, mas delinear com maior clareza o perfil do empresário e de seus possíveis consumidores.

A melhor hora para empregar essas técnicas, conhecidas em conjunto como "design thinking" ("modo de pensar graficamente", em tradução livre), é quando as coisas parecem mais abstratas: a empresa está entrando no mercado, mas não tem ainda um plano de negócios tradicional, mais detalhado.

Assim, simula-se as experiências para confirmar a viabilidade do empreendimento gastando a menor quantidade de dinheiro possível.

Entre as questões a responder, estão se há mesmo clientes interessados, quanto cobrar pelo produto e qual a forma mais eficaz de oferecê-lo.

Renato Santos, especialista em modelagem de negócios, diz que essa abordagem pode ser usada em qualquer empreendimento. Mas é especialmente útil em empresas de tecnologia da informação, que têm menos bases de comparação e podem fazer alterações com menos custo.

Edson Matias, 51, conta que usa o Canvas (quadro com itens a preencher com post-its) para sistematizar as ideias. Sócio da Clínica Online, que permite a donos de consultórios gerenciar seus negócios pela internet, ele diz que o modelo tem a vantagem de ser mais flexível.

"Estamos sempre criando e vendendo, depois sentindo o mercado, olhando para dentro e arrumando as coisas. O Canvas é isso: faz você pensar no seu modelo."

Matias afirma que pôr as ideias no quadro o leva a pensar sobretudo em como oferecer mais recursos ao cliente, conteúdo do item "proposta de valor" do Canvas.

Com isso, ele resolveu adicionar um buscador de consultórios para quem procura médicos ou demais profissionais, o que deve aumentar o interesse pelo site, explica.

Rafaela Cappai, 35, virou uma colecionadora de ferramentas para desenvolver a criatividade em empreendedores. possui uma caixa com 60. Além de ajudar no desenvolvimento das ideias, os métodos viraram parte de seu negócio, a Espaçonave.

A empresa oferece cursos em grupo, consultorias e produção de conteúdo sobre empreendedorismo criativo, sempre com modelos visuais.

"Eles ajudam a usar a criatividade com estratégia. Você consegue sair de um contexto e entrar em outros."

Renê Rodrigues Fernandes, professor da FGV, diz que não há uma ferramenta que possa ser apontada como a melhor. Para ele, o importante é que elas ajudem de forma correta na percepção de experiências no mercado.

Outro ponto a ser considerado no momento de escolher um plano mais simples é o risco envolvido.

"Jamais me arriscaria a lançar uma empresa industrial, com grande compra de maquinário e financiamento do BNDES, sem ter todo o plano definido", diz Rodrigues.


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