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Estatal saca R$ 28 bi de fundo em três meses

Antes de ajuste da gasolina, Petrobras acelera saques para cumprir obrigações

Empresa prefere não se manifestar; fundo tem taxa baixíssima e é administrado por grandes instituições

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Com um dos maiores caixas do país, a Petrobras teve de resgatar, em três meses, R$ 27,8 bilhões de um fundo de curto prazo para cumprir investimentos e obrigações com fornecedores e bancos.

O patrimônio desse fundo (chamado FIC Olimpo), que tinha, no auge, em 27 de agosto, R$ 45,7 bilhões, foi reduzido em 67%, para R$ 15 bilhões, na quinta-feira passada, dado mais recente segundo a agência Bloomberg.

Esses saques, segundo analistas, demonstram a crescente deterioração das contas da empresa e sinalizam que a estatal não teria outra saída além de reajustar a gasolina ou captar recursos no mercado de capitais.

Criado em agosto do ano passado, o Olimpo procurou manter um patrimônio médio de R$ 30 bilhões ao longo do ano, patamar considerado confortável para a empresa. No fim de setembro, o fundo tinha R$ 32 bilhões --93,6% do total de aplicações da empresa, de acordo com o balanço do terceiro trimestre.

Os saques foram ocorrendo enquanto a companhia estatal aguardava o momento do reajuste, anunciado no fim da semana passada.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que a previsão inicial era que o aumento ocorresse no meio do ano, mas "não foi possível" devido às "manifestações" de junho e julho.

Em agosto, os saques somaram R$ 1,7 bilhão, seguidos por R$ 8,8 bilhões, em setembro, R$ 9,6 bilhões, em outubro, e R$ 7,7 bilhões, em novembro (até o dia 28).

O Olimpo é um fundo com taxa de administração baixíssima, de 0,00425% ao ano (os grandes aplicadores pagam, normalmente, 0,5%).

Ele investe em outros 12 fundos das mais variadas instituições financeiras: BTG Pactual, Itaú Unibanco, Santander, Caixa Econômica Federal, Banco Alfa, JPMorgan, GAP, Votorantim, Schroder, BNP Paribas, Banco do Brasil e Bradesco.

Em comum são todos fundos de alta liquidez (facilidade de resgate) que aplicam em títulos públicos, a maioria ligados ao CDI.

No ano, até o dia 27 de novembro, o rendimento bruto foi de 6,16% --abaixo dos 7,15% do CDI e dos 7,29% da taxa Selic no período, segundo a Economática.

Procurada, a Petrobras preferiu não comentar.


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