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Análise PIB

Governo desvia foco de trimestre fraco e fala em alta média do PIB de 4% até 2024

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Para minimizar a repercussão negativa com a desaceleração, o governo vai enfatizar que a economia voltou a crescer no 4º trimestre, o que será suficiente, segundo Mantega, para crescer 2,5% neste ano

Diante da iminência de um resultado negativo, o governo Dilma buscou destacar um dado positivo na véspera da divulgação do PIB do terceiro trimestre.

Enquanto o mercado e o próprio governo estimam que a economia tenha desacelerado entre julho e setembro, na comparação com o período imediatamente anterior, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem que o país pode ter crescido 2,5% no terceiro trimestre deste ano.

O dado utilizado por Mantega, estimativa do mercado captada pela pesquisa Focus do Banco Central, é a comparação do comportamento da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano com igual período de 2012.

A tendência é esse indicador ser favorável ao governo porque, naquele ano, o país registrou um crescimento fraco, de 0,9%. Ou seja, o país está, de fato, crescendo mais neste ano em comparação com 2012. Mas estava num ritmo mais acelerado entre abril e junho e perdeu força nos três meses seguintes.

A afirmação de Mantega, feita em seminário em São Paulo sobre os cenários para a economia brasileira nos próximos anos, está em linha com a estratégia do governo de tentar reduzir o impacto negativo da desaceleração registrada no terceiro trimestre.

A expectativa do mercado é que o PIB do terceiro trimestre possa ter registrado uma retração, que pode ser de 0,2%, na comparação com o segundo trimestre.

Analistas fazem a ressalva de que o recuo pode não acontecer devido à mudança de metodologia do IBGE para o setor de serviços, que também deve ser divulgada hoje pelo instituto.

Para minimizar a repercussão negativa com a desaceleração, o governo vai enfatizar que a economia voltou a crescer no quarto trimestre, o que será suficiente, segundo Mantega, para que o país cresça 2,5% em 2013.

Além disso, o Planalto conta ainda com a revisão do PIB do ano passado. A expectativa é que, com isso, o país tenha crescido mais do que o 0,9% divulgado anteriormente pelo IBGE para 2012.

Esse dado é aguardado pelo governo como um trunfo para rebater o discurso da oposição, de que o crescimento de 2012 foi medíocre.

No primeiro ano do governo Dilma, o PIB cresceu 2,7%.

Para os próximos dez anos, a expectativa do ministro é que o país cresça, em média, 4% ao ano.

Esse nível será superior ao período de governos petistas, de 2003 a 2012, quando a economia avançou em um ritmo médio de 3,6% ao ano.

"Podemos arriscar que o crescimento médio será superior porque as condições de investimento vão melhorar. Não é um grande salto, mas é uma expectativa realista para os próximos anos, diria até que modesta", afirmou Mantega no seminário.

Com esse patamar de crescimento, o ministro acredita que o país continuará elevando a renda per capita e mantendo o atual nível de emprego, considerado por ele o maior desafio para os próximos anos.

Para que seja alcançado esse patamar, afirmou o ministro, a inflação deverá continuar sob controle. Ele acredita que o país tem condições de chegar nos próximos anos com inflação de 4%, abaixo da média anual de 5,9% registrada entre 2003 e 2012. (VALDO CRUZ E TONI SCIARRETTA)


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