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Trimestre perdido

Governo assume culpa e teme dólar em 2014

Para assessores, cotação da moeda americana é risco no próximo ano

Avaliação é que danos vieram da demora no combate à inflação e atraso nos leilões de infraestrutura em 2013

VALDO CRUZ NATUZA NERY SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto tem sua parcela de culpa pela retração da economia no terceiro trimestre, de 0,5%, por ter adotado posições que contribuíram para a queda dos investimentos no período.

A avaliação é de assessores presidenciais, para quem a demora do governo em combater a inflação no início do ano e sua insistência em fixar taxas baixas de retorno para os leilões de infraestrutura afetaram a confiança do empresariado, que tirou o pé do acelerador dos investimentos no segundo semestre.

Como resultado, os investimentos tiveram o pior resultado desde os primeiros três meses de 2012: queda de 2,2% no terceiro trimestre.

Um assessor disse à Folha que o governo perdeu muito tempo insistindo que suas politicas nas duas áreas estavam na direção correta, o que ajudou a interromper o ritmo de crescimento da economia brasileira neste ano.

Segundo ele, agora, depois de o Palácio do Planalto ter feito as correções de rumo, os investimentos devem voltar a crescer, principalmente no próximo ano, dando mais fôlego para o crescimento da economia do país.

Segundo os interlocutores, o país, depois do péssimo resultado do terceiro trimestre, deve crescer entre 2,1% --se o PIB do quarto trimestre ficar estável, no pior cenário-- e 2,3% neste ano.

Ou seja, a expectativa do governo é que o recuo dos investimentos tenha se limitado ao terceiro trimestre, retomando seu crescimento no final do ano e mantendo-se em alta em 2014, ano da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Para a equipe presidencial, o dado negativo do PIB do terceiro trimestre foi ruim não só por ter sido maior do que o previsto mas também porque veio num momento em que o governo capitalizava o sucesso dos leilões de concessões de aeroportos e de rodovias, depois dos tropeços e fracassos iniciais.

O governo já trabalhava com uma retração da atividade econômica no trimestre, mas acreditava que ela seria de no máximo 0,3%.

O risco no ambiente econômico do próximo ano, segundo assessores presidenciais, está no dólar. A moeda americana está em alta nas últimas semanas e pode subir ainda mais, a depender do ritmo do fim dos estímulos à economia americana, esperado para o ano que vem.

Com menos dólares em circulação, a tendência é de alta na cotação. Além disso, a recuperação dos EUA pode levar para lá investimentos que estavam no Brasil, reduzindo mais a quantidade de moeda e a encarecendo.

A situação ficará mais clara, segundo técnicos, com a divulgação, hoje, do resultado da indústria em outubro, o que vai sinalizar se a economia retomou ou não um bom ritmo de crescimento no final do ano.


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