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Opinião trimestre perdido

Presidente divulgou como oficial uma estimativa

Trapalhadas do governo levaram Dilma a cometer erro em entrevista

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff comemorou, na semana passada, que o crescimento da economia em 2012 fora subestimado e que o IBGE revisaria o resultado.

"Resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado", disse a petista, dias antes da divulgação oficial pelo instituto.

O número, citado por ela com precisão em entrevista ao jornal espanhol "El País", causou frisson no ato.

Àquela altura, ninguém sabia qual seria o novo percentual, apenas que ele deveria ser revisto para cima.

Veio, então, a suspeita. Teria Dilma se valido de informação privilegiada e vazado a taxa do IBGE?

Como a indagação era séria, o Palácio do Planalto correu para esclarecer que o dado era, na verdade, inspirado em estudos preliminares do Ministério da Fazenda.

Ontem, o instituto dirimiu a dúvida: a presidente não contara com informação sigilosa, contara com informação errada mesmo --o dado foi revisado para 1%.

Foi a Secretaria de Política Econômica que deixou a chefe vendida? Ou foi a própria chefe quem cometeu a imprevidência de soprar um cálculo apressado repassado pela equipe econômica? As duas versões circularam ontem.

Uns disseram que o 1,5% fora comunicado à presidente de maneira informal e que não se esperava que a presidente o mencionasse publicamente.

No Planalto, afirmou-se que até o mercado já projetava esse número. A Fazenda preferiu, ainda, insistir: esse percentual poderá aparecer em futuras revisões do IBGE.

Ocorre que, ao falar publicamente, Dilma assumiu a imprecisão como estimativa oficial. Mostrou que é prudente desconfiar até de informações internas.

Bastava olhar em volta para ver o prejuízo que previsões não confirmadas sobre o crescimento do PIB causaram à imagem de seu ministro da Fazenda.

Com números tão desconfortáveis, há quem afirme na Esplanada que crescer 2,5% neste ano será difícil. E que superar essa marca em 2014 é ainda mais improvável.

Se Dilma fechar 2014 com um crescimento da economia brasileira de cerca de 2%, como preveem setores do mercado, terá cumprido seus quatro anos de mandato crescendo, em média, os mesmos cerca de 2%.

O patamar é próximo ao de Fernando Henrique Cardoso; ou seja, um verdadeiro recorde tucano.


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