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Lulucros

Empresários usam histeria masculina em torno de aplicativo para atrair investimento e conseguem R$ 1 milhão

Um grupo de quatro empresários usou a polêmica em torno do aplicativo para celular Lulu, em que mulheres classificam anonimamente o comportamento masculino, como isca para captar investimento para o seu próprio negócio. Conseguiu R$ 1 milhão.

No Lulu, que ganhou uma versão em português no fim do mês passado e aparece como o mais buscado na loja de aplicativos da Apple, homens são classificados com por meio de uma nota e hashtags como #apaixonadopelaex, algo que pode servir de referência para alguém interessado neles.

Com a polêmica em torno do assunto, quatro brasileiros lançaram no fim da semana passada o serviço Lulu Fake, que cobra a partir de R$ 24,90 por avaliações artificiais, e melhores, no aplicativo.

Em cinco dias, mais de 2.000 pessoas toparam pagar para ter uma classificação melhor no Lulu, afirma Breno Masi, 30, um dos responsáveis pelo sistema --para satisfazer o cliente, o grupo diz contratar garotas reais para entrar no perfil do usuário e falar coisas boas sobre o sujeito.

Em um exemplo de sinergia de negócios, essas meninas (hoje, são 75) são recrutadas no banco de dados do site Namoro Fake, que oferece aos internautas a possibilidade de contratar alguém para servir de companheiro falso no Facebook.

A ferramenta que coloca as notas masculinas "no azul", entretanto, estará disponível apenas até a próxima semana, diz Masi.

O serviço serviu apenas como chamariz para um outro produto que eles estão desenvolvendo e querem lançar no ano que vem.

Trata-se de um sistema que vai se conectar a sites como Instagram e Facebook para monitorar a reputação do usuário --se as fotos que ele posta geram impacto positivo ou negativo, por exemplo. A ferramenta deve mostrar métricas sobre o assunto.

Ele afirma que o interesse dos homens por melhorar a nota recebida das mulheres mostra que há uma "demanda reprimida" pelo serviço.

"A galera fica preocupada com a reputação, mesmo em uma rede social como o Lulu, que na realidade não faz nada. Não faz diferença para a vida de um homem ou uma mulher", diz.

Masi afirma que já tinha o projeto de medição de reputação e usou o Lulu Fake como uma forma de provar para investidores que há uma demanda por esse tipo de tecnologia.

O grupo fechou um acordo com três investidores que, juntos, vão colocar R$ 1 milhão na empresa --esses apoiadores vão ficar com 35% do negócio.

De acordo com Cassio Spina, fundador da associação Anjos do Brasil, que reúne investidores individuais, é um montante acima da média. Uma pesquisa divulgada na semana passada pela instituição indicou que, em média, cada "anjo" investe R$ 96 mil em um ano.

O dinheiro obtido com o Lulu Fake, diz Masi, não vai ser usado no sistema que eles estão desenvolvendo. "Vamos usar para beber na balada. Os meninos estão querendo fechar um camarote."


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